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Foto Ilustrativa (Reprodução/FreePik)

O Brasil está vivenciando uma nova onda de calor, com temperaturas que atingem níveis recordes em várias partes do país. No Sul, estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná estão sob alerta vermelho devido ao calor extremo. Já no Sudeste e Nordeste, a previsão indica que os termômetros podem ultrapassar os 40°C nos próximos dias, o que eleva as preocupações com a saúde da população, especialmente de grupos vulneráveis, como os com problema cardiovascular.

O calor excessivo pode provocar diversos efeitos negativos à saúde, e um dos mais preocupantes está relacionado ao sistema cardiovascular. De acordo com um estudo recente publicado na Circulation Research, os riscos associados às altas temperaturas têm sido cada vez mais estudados e mostram uma relação direta entre o calor intenso e o aumento na mortalidade por doenças cardiovasculares, especialmente entre idosos e pessoas com condições preexistentes.

O estudo também destaca a importância da desidratação e da sobrecarga do sistema cardiovascular durante períodos de calor extremo, fatores que podem elevar significativamente o risco de infartos, AVCs e arritmias.

Como o calor afeta o coração?

Embora o corpo humano possua mecanismos naturais para regular a temperatura, o calor extremo exige um esforço adicional do sistema cardiovascular para dissipar o calor, o que pode levar a uma sobrecarga do sistema.

“O calor faz com que os vasos sanguíneos se dilatem para tentar liberar o calor do corpo. Esse processo pode causar uma queda na pressão arterial, resultando em tontura, fraqueza e, em alguns casos, até desmaios”, explica o cardiologista Dr. Rafael Marchetti.

Além disso, a desidratação pode alterar a viscosidade do sangue, favorecendo a formação de coágulos e aumentando o risco de eventos graves, como infarto e AVC.

Grupos mais vulneráveis

Embora o calor afete todos, alguns grupos são mais suscetíveis aos seus efeitos, como idosos, hipertensos, diabéticos e pessoas com histórico de doenças cardiovasculares. A fragilidade desses grupos torna o corpo mais sensível e com menor capacidade de lidar com estressores, como o calor extremo.

“Manter hábitos saudáveis no dia a dia é fundamental para preparar o corpo para situações adversas, como variações extremas de temperatura ou infecções. Estar preparado pode ser a chave para a prevenção”, alerta Dr. Rafael.

Dicas para fortalecer o corpo e reduzir a vulnerabilidade:

  • Atividade física: Exercícios de força, aeróbicos e de equilíbrio são essenciais para manter a mobilidade e a força muscular, prevenindo a fragilidade.
  • Alimentação: Consumir alimentos ricos em proteínas e nutrientes essenciais fortalece os músculos e ajuda na recuperação do corpo.
  • Estimulação mental e social: Manter a mente ativa e interagir com outras pessoas melhora a saúde mental e o bem-estar, ajudando a reduzir os efeitos da fragilidade.

Como se proteger do calor intenso?

Além de fortalecer o corpo, é fundamental adotar algumas medidas simples para proteger a saúde durante os períodos de calor extremo:

  • Hidratação: Beba bastante água ao longo do dia.
  • Evite exposição prolongada ao sol, principalmente entre 10h e 16h, quando a intensidade dos raios solares é mais forte.
  • Roupas leves e ventilação: Opte por roupas frescas e fique em ambientes bem ventilados.
  • Cuidado com a cafeína e álcool: Reduza o consumo de bebidas que podem desidratar o organismo.
  • Fique atento a sinais do corpo: Tontura, fraqueza e palpitações podem indicar uma sobrecarga no sistema cardiovascular e merecem atenção imediata.