Antes de mais nada:Peace, Frieden, Paix, Pace, Pokój, Fred, Huzur, Béke, Vrede, Rauha, Mir ,Paco, Paz. Para todos no mundo
Foi em 1904, há 118 anos, que Alberto Santos Dumont, enquanto fazia tentativas para decolar seu avião em Paris, encomendou a Louis Cartier, neto do fundador da famosa joalheria francesa e seu principal criador, um relógio com pulseira, que facilitava ser consultado quando estivesse no manche. Na época só existiam relógios de bolso. Mesmo sem saber, o brasileiro inventor do avião, inventava também o que seria um marco do século 20: o relógio de pulso. Dizem até que já existia algo no gênero em 1890, mas ainda muito semelhante ao relógio de bolso. A partir de 1914, com a criação do Rolex por Hans Wilsdorf, o relógio de pulso passou a ser símbolo de status e a ser produzido em larga escala. Na medida em que seu tamanho foi diminuindo, os preços aumentaram e o relógio passou a ser considerado jóia. Só depois da Primeira Guerra Mundial, quando foi usado pelos soldados das tropas européias, é que os homens passaram a gostar do objeto , antes considerado muito feminino. Homem usava mesmo era o cebolão preso com corrente de ouro no bolso do colete ou da calça. Em 1926 surgiu, também invenção da Rolex, o modelo impermeável, que agüentava bem uma chuva sem ser prejudicado no funcionamento. Durante a Segunda Guerra Mundial o modelo da moda era o tank, sempre masculino. Nos anos 60, os modelos pequenos e delicados, usados pelas mulheres, foram substituídos pelo modelo unissex, seguindo a revolução sexual da época. Hoje voltam ao pulso de homens e mulheres os relógios grandes, cheios de detalhes. Graças a chips cada vez menores, e mais potentes, os relógios servem de cronômetro, GPS (global positioning system), alarme, calculadora matemática, de altitude e de temperatura, podendo até registrar performances esportivas e batimentos cardíacos do usuário. É a modernidade para quem tem 118 anos.
SANTOS DUMONT NA TELA
Um curta metragem ( dura pouco menos de um minuto) foi descoberto por acaso no acervo da sala Santos Dumont do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, no Ipiranga por Carlos Adriano, uma das principais referências do cinema experimental feito a partir de materiais de arquivo. O Santos Dumont Explaining His Air Ship to the Hon. C.S. Rolls, que mostra Dumont explicando seu balão dirigível ao Honorável C.S. Rolls, foi matéria prima do doutorado na Escola de Comunicações e Artes da USP e foi filmado em fins de novembro de 1901, em Londres . E exibido pela primeira vez em 3 de dezembro de 1901 no Palace Theatre. No mutoscópio, aparelho que tem 1.322 cartões fotográficos, ficou para sempre a imagem do jovem brasileiro de 28 anos e do inglês Rolls, que mais tarde viria a fundar a Rolls-Royce. Alberto de Santos Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873 em Minas Gerais e morreu no dia 23, em 1932.Durante um certo período, Santos Dumont foi um dos homens mais famosos do mundo, aclamado nos dois lados do Atlântico pela ousadia, coragem e inteligência. Mas a fama, como sempre, acabou e o aviador-inventor foi preterido diante dos feitos dos irmãos Wright. Esquecido na França e no resto da Europa até nossos dias, pouca gente sabe que, além de provar, com seu vôo no 14 –Bis no Campo de Bagatelle, que era possível voar com um veículo mais pesado do que o ar, Santos Dumont criou também o primeiro hangar do mundo , fez as primeiras fotografias aéreas quando voava em balão feito sob sua encomenda sobre Paris. Costumava carregar em suas viagens uma bicicleta, o que possibilitava um rápido retorno quando seus vôos o levavam para muito longe. Com o dirigível número 6, conquistou o Prêmio Deutsch em 1901, foi parabenizado pelo inventor Thomas Edison, recebido por Theodore Roosevelt na Casa Branca e convidado pelo príncipe de Mônaco a passar uma temporada em sua companhia. Santos Dumont decidiu doar o que recebeu com o prêmio para os integrantes de sua equipe e para os pobres de Paris. Em 1905 começou a produzir os primeiros aeroplanos e em 1906 projetou o 14 Bis, com o qual atravessou os 60 metros do campo de Bagatelle, em Paris, a uma altura de 3 metros do chão. Em 1910 abandonou a carreira de aeronauta, após ser diagnosticado com doença dos nervos. Em 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial, Santos-Dumont se estabeleceu em Petrópolis. Em 4 de junho de 1931, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e em 23 de julho de 1932, cometeu suicídio em um hotel do Guarujá, São Paulo.
HISTÓRIA DA RELOJOARIA EM GENEBRA
Fica na rue des Vieux-Grenadiers, número 7, o Museu Patek Philippe, com arquivos e biblioteca. Instalado em um prédio construído no início do século XX, o museu tem no seu acervo importantes coleções de relógios e de trabalhos em esmalte, que refazem o caminho da história estética e técnica da arte da relojoaria. Há peças preciosas, como os relógios de luxo, os relógios fantasia, objetos especiais que estão junto de bonecos mecânicos com caixa de música, pássaros que cantam e outros detalhes que foram característicos do final do século XVIII e início do século XIX. A maioria foi criada nos ateliers de Genebra. Relógios e movimentos mostram o desenvolvimento dos mecanismos colocados entre engrenagens e reguladores da maioria dos instrumentos de marcação de horas, para os quais foram inventados inúmeras variantes entre final do século XVII e início do século XX. As criações da manufatura de relojoaria suíça Patek Philippe, fundada em 1839, atestam os mais de 172 anos de criatividade, desde os relógios de bolso até os modernos relógios de pulso. Na Biblioteca do museu estão expostos mais de 4000 livros relativos ‘a história e fabricação de relógios. O visitante pode assistir também ‘as apresentações de audiovisual, para melhor entender o processo de criação dos objetos e os segredos do esmalte. O museu organiza também exposições temporárias e simpósios destinados a pesquisadores e restauradores, abertos também aos amadores e profissionais do setor.
São destaques os dois relógios em forma de coração em esmalte azul escuro e ouro, recoberto de pérolas e turquesas, criados para o mercado chinês em 1820. Batem horas a cada 15 minutos e têm música; chama atenção o relógio em forma de pistola com cano duplo, com um pássaro cantante na ponta, criado em 1810; uma beleza é o relógio Moisés, que bate a cada 15 minutos e tem movimento de figuras nas horas cheias. É em ouro, esmalte e pérolas; copiando pintura de Charles Poerson (1609-1667), o relógio com tampa Théagene et Chariclée é uma perfeição em esmalte e ouro; moderno e clássico o relógio de pulso com Horas Universais tem cronógrafo e tabela para medir pulsação.Um dos modelos mais clássicos é o relógio de bolso em ouro, com repetição em três tons, alarme em tom alto e baixo, fases e idade da lua, calendário perpétuo retroativo. Foi encomendado pela Tiffany de Nova York entregue em 1928 e vendido a Henry Graves Junior.
A firma fundada em 1839 resultou da associação de Antoine Norbert de Patek e François Czapek, dois poloneses exilados na Suíça, que estabeleceram a empresa Patek, Czapek & Cie no Quai des Bergues, Genebra. Em 1851 foi mudada a razão social, passando a ser Patek Philippe & Co. O museu funciona de terças a sextas feiras, das 14 ‘as 17 horas. No sábado abre de 10 ‘as 17 horas. Permanece fechado nos feriados e oferece visita guiada, com hora marcada. Para chegar até lá, use os ônibus 1 e 4, descendo na parada Ecole-de Medicine, ou os bondes 12 e 13, parando em Rond-Point de Plainpalais. Veja no www.patekmuseum.com
CONHECENDO GENEBRA
Com mais de 180 mil habitantes, situada nas margens do Lago Léman, emoldurada pelos Alpes e pelo Jura, Genebra é uma cidade agradável e organizada para receber muito bem seus visitantes. A maioria dos hotéis e restaurantes ficam na margem direita, de frente a um dos panoramas mais bonitos do mundo. O lado esquerdo centraliza o comércio e escritórios de negócios e é o coração histórico da cidade – a Vieille-Ville – pendurada em uma colina. Parques e caminhos ladeados de flores são muitos, sempre destacando esculturas a cada passo. A cidade é um ponto de encontros internacionais de alto nível, centro de congressos e de conferências. A situação estratégica de Genebra, lugar de passagem para o Rhône fez com que a cidade sempre fosse presa de conquistadores, através dos séculos.
• Julio César passou por Genebra no ano 58 antes de Jesus Cristo. Durante o período romano, teve grande desenvolvimento. A praça Bourg-de-Four, a mais antiga da cidade, era então um fórum
• Durante a Idade Média, os reis da Borgonha fizeram de Genebra sua capital.
• Genebra se transformou em importante centro comercial, também na Idade Média
• O reformador Jean Calvin se instalou em 1536, fazendo de Genebra a Roma Protestante
• Na noite de 11 para 12 de dezembro de 1602 o Duque de Savoia tentou invadir a cidade, escalando as muralhas com ajuda de grande escadas. Todos os anos os habitantes locais celebram a derrota do Duque, organizando várias festividades e um desfile com tochas, com trajes de época, que atravessa a Vielle-Ville
• Nos séculos dezoito e dezenove Genebra se transformou em centro de artes, medicina, ciências e filosofia.
• Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra em 1712 e seu rival Voltaire morou por algum tempo cidade suíça
• Entre 1798 e 1813 Genebra foi anexada ‘a França. Napoleão passou a noite de 9 de maio de 1800 na cidade e Genebra se tornou capital do departamento de Léman
• No dia 12 de setembro de 1814 Genebra passou a integrar a confederação suíça
O LAGO
Durante o verão o lago transforma Genebra em uma estação balneária. Muitos esportes são praticados em suas águas: natação, vela, ski náutico. O Bol d’Or, grande regata anual, atrai mais de 500 velejadores do mundo inteiro. As Mouettes, espécie de barco táxi, permitem uma rápida travessia de uma margem ‘a outra, enquanto os barcos maiores são um convite para cruzeiros mais longos. O símbolo de Genebra é o jato d´água, com mais de 140 metros de altura.
HOTELARIA
A estada em um hotel de Genebra é garantia de conforto, tradição, requinte. Alguns hotéis pertencem a uma mesma família por gerações e receberam hóspedes famosos. São mais de 125 hotéis de todas as categorias, com cerca de 14 mil leitos. Para uma cidade pequena, ter 14 hotéis de cinco estrelas, é motivo de orgulho. Os restaurantes também são destaque: contam com o maior número de estrelas do guia Michelin, com dez estabelecimentos eleitos entre os melhores. O turista pode passear entre vinhedos, que começam a poucos quilômetros depois dos limites da cidade, degustando os vinhos da região. Como são poucos os vinhos suíços que saem do país, Genebra é o lugar perfeito para conhecê-los.
COMPRAS
A maioria das grandes lojas ficam em um mesmo espaço, concentradas em torno da rua elegante du Rhône, rue de la Confédération, do Marche e da Croix-d’Or. Na Vieille-Ville estão os antiquários e as galerias de arte. Genebra oferece diferentes shoppings comerciais com suas boutiques especiais. A cidade tem quatro das mais famosas casas de leilão do mundo, que organizam vendas especiais em maio e novembro. A venda em leilão das jóias da duquesa de Windsor, por exemplo, foi feita em Genebra. Mercados de frutas, legumes e flores acontecem várias vezes por semana em Rive, Coutance, Carouge. Todas as quartas e sábados o mercado das pulgas se instala em Plainpalais, enquanto o mercado de livros acontece em Madeleine todos os dias, durante a temporada de primavera e verão.
MÚSICA E MUSEUS
Genebra sempre atraiu artistas, entre eles Byron, Corot, Victor Hugo,Alexandre Dumas, Balzac, George Sand e Franz Lizt. Ernest Ansermet fundou a Orquestra da Suíça Romande, que se apresenta no Victoria Hall. A Ópera de Genebra e o Grand Théâtre acolhe artistas de renome internacional e possui seu próprio corpo de ballet. Há mais de 30 museus, destacando Art e Histoire, o Museu de História Natural, um dos mais modernos de sua categoria, o museu Barbier-Mûller, com coleções de arte da África e da Oceania e a Maison Travel, que conta a história da cidade. O museu internacional da Croix-Rouge lembra a história da entidade, desde sua criação até nossos dias, enquanto o museu Ariana, de cerâmica e de vidro, único na Suíça e um dos mais importantes da Europa. Babel política, Roma calvinista, metrópole bancária, oásis de hospitalidade e de refúgio, destino turístico de primeira, Genebra tem muitas faces e uma das mais conhecidas é a de ser capital mundial da relojoaria de luxo.