Saúde e Beleza "Descarte Amigo"

Campanha paranaense alerta para o perigo de agulhas descartadas de forma incorreta

O maior volume de agulhas decorre do uso de insulina e outros medicamentos injetáveis por pessoas com diabetes e/ou obesidade

Assessoria de Imprensa
agulhas e seringas

Agulhas e seringas (Foto: Américo Antonio/SESA)

Uma campanha chama a atenção para o perigo do descarte incorreto de agulhas. O “Descarte Amigo – Agulha no Lixo é um Perigo” tem o objetivo de alertar a população quanto aos riscos associados ao descarte incorreto de agulhas e seringas usadas em domicílio, assim como orientar a forma correta de fazê-lo.

Lançada em 2020 por iniciativa da Associação SEMPR Amigos (Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná), a campanha tornou-se permanente.

Segundo Daniele Zaninelli, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e coordenadora da campanha, agulhas e seringas são importantes para a manutenção da saúde de milhões de pessoas todos os dias. E quando se fala da produção domiciliar desses resíduos, o maior volume provavelmente decorre do uso de insulina e outros medicamentos injetáveis por pessoas com diabetes e/ou obesidade.

Segundo dados do Censo do IBGE de 2022 e da Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade que reúne mais de 240 associações de diabetes em mais de 161 países e territórios, a estimativa sobre o número de pessoas com diabetes no Brasil é de aproximadamente 20 milhões (10,5% da população). No Paraná, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, o diabetes ocupa a 3ª posição como causa de mortalidade prematura em pessoas de 30 a 69 anos, numa série histórica de 2018 a 2022.

“Todos os pacientes com diabetes tipo 1 e cerca de 15% dos pacientes com diabetes tipo 2 fazem uso diário da insulina, que vem salvando vidas há mais de 100 anos”, citou a especialista.

Ela lembrou, ainda, que o uso de medicamentos injetáveis é frequente no tratamento de outras patologias como infertilidade, deficiência de hormônio de crescimento, doenças alérgicas, autoimunes e infecciosas, entre tantas outras.

“Erros comuns são o descarte de seringas e agulhas no lixo comum, no lixo reciclável, e até no vaso sanitário, o que prejudica o meio ambiente e traz risco de acidentes e transmissão de infecções à comunidade”, explicou a Dra. Daniele.

Lei Estadual 20.130

No mesmo ano em que a campanha foi lançada, foi sancionada a Lei 20.130, que instituiu a Semana Estadual de Conscientização do Descarte Correto do Lixo Gerado no Tratamento Domiciliar do Diabetes e Outras Doenças.

Desde então, todos os anos o Governo do Estado do Paraná tem divulgado à população informações sobre como o descarte adequado dos materiais perfurocortantes usados no tratamento domiciliar de diversas doenças deve ser realizado, protegendo assim o meio ambiente e todos que manuseiam o lixo dentro de casa ou fora dela.

A campanha “Descarte Amigo – Agulha no Lixo é um Perigo” tem o apoio da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) – regional Paraná desde a sua concepção, e hoje também conta com apoiadores como a SBEM Nacional, Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Associação Paranaense de Hepatologia (APH), Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), e Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR).

Como fazer o descarte correto das agulhas

Segundo as regras estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para garantir a segurança de todos e minimizar o impacto na saúde e ambiental, é fundamental realizar o descarte adequado de agulhas e seringas utilizadas no domicílio para o cuidado de saúde individual. Confira as principais orientações:

No Paraná, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (SESA), os pacientes cadastrados nas farmácias das Regionais de Saúde são orientados pelos farmacêuticos sobre o descarte quando passam pelo serviço de primeiro atendimento. Já a recomendação aos pacientes não atendidos pelo sistema público é para que procure as informações necessárias na Unidade de Saúde mais próxima do domicílio.