Estudo confirma que caminhar ajuda a prevenir 13 tipos de câncer

Editado por Alana Morzelli
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Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Oxford, publicado em abril de 2025 no British Journal of Sports Medicine, revelou que a prática regular de caminhada está associada à prevenção de 13 tipos diferentes de câncer. A pesquisa acompanhou mais de 85 mil adultos do Reino Unido por quase seis anos, trazendo resultados promissores para a saúde pública.

Os participantes usaram acelerômetros de pulso, dispositivos que medem a atividade física e o comportamento sedentário ao registrar a aceleração dos movimentos do corpo ao longo do tempo. Durante uma semana, esses dados foram coletados para estimar a intensidade, duração e frequência da atividade física diária.

Após uma média de 5,8 anos de acompanhamento, cerca de 2.600 pessoas receberam diagnóstico de um dos 13 tipos de câncer analisados, incluindo mama, cólon, reto, fígado, pulmão, estômago, esôfago, rim, bexiga, endométrio, cabeça e pescoço, mieloma e leucemia mieloide.

A rádio-oncologista Dra. Luana Guerreiro, do Oncoville, clínica de radioterapia, reforça a importância da atividade física para a prevenção de doenças:
“A recomendação atual é que adultos pratiquem ao menos 150 minutos semanais de atividade física moderada, ou 75 minutos de atividade vigorosa, ou uma combinação entre elas. Além disso, exercícios de fortalecimento muscular devem ser feitos em pelo menos dois dias por semana. Pacientes oncológicos devem sempre buscar orientação médica antes de iniciar qualquer atividade.”

Principais achados da pesquisa:

  1. Pessoas com maior volume diário de atividade física tiveram 26% menos risco de desenvolver câncer em comparação com as menos ativas.
  2. Atividades leves, bem como moderadas a vigorosas, foram associadas a um menor risco, destacando que movimentos simples já fazem diferença.
  3. Um maior número diário de passos, independentemente da velocidade, correlacionou-se a menor incidência de câncer, com efeito estabilizado em cerca de 9 mil passos diários.
  4. Quem caminhou 7 mil passos por dia teve 11% menos risco, e aqueles com 9 mil passos diários, 16% menos risco, em comparação com quem deu 5 mil passos.
  5. Embora o tempo sedentário por si só não tenha sido diretamente ligado ao risco de câncer, substituí-lo por qualquer tipo de atividade física contribui para reduzir esse risco.

O professor Aiden Doherty, autor sênior da pesquisa e especialista em informática biomédica da Oxford Population Health, ressalta: “Nossa pesquisa mostra a importância de todas as formas de movimento. Seja aumentando os passos diários, fazendo atividades leves ou exercícios mais intensos, qualquer nível de atividade física ajuda a reduzir o risco de câncer.”

O recado final:
Incorporar mais movimento no cotidiano, mesmo que em intensidades leves, como caminhadas, tarefas domésticas ou pequenas atividades, pode fazer uma grande diferença na prevenção do câncer. O essencial é se manter ativo.