cirurgia inedita
(Imagem meramente ilustrativa: UEPG)

Um procedimento cirúrgico neurológico inédito foi feito em um bebê de sete meses no Hospital Universitário Materno-Infantil (Humai) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Ele foi feito pelos médicos Fábio Viegas, chefe da neurocirurgia no Humai, e Guilherme Machado, neurocirurgião responsável pelo procedimento.

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Segundo eles, o procedimento realizado foi uma terceiroventriculostomia ou endoscopia cerebral. É um tratamento para uma hidrocefalia (aumento de água na região da cabeça).

“Desde o nascimento, o paciente sofria com algumas válvulas que não funcionavam adequadamente. Isso porque havia várias septações (obstruções) entre os ventrículos, onde fica o líquido do cérebro, o que impedia a comunicação entre eles. Em teoria, seria necessário um cateter para cada obstrução, o que tornaria o procedimento inviável, devido às várias perfurações e aumento na chance de infecção. Com a endoscopia, foi possível realizar a liberação de várias cavidades e a drenagem do líquido em excesso”, disse Viegas.

Esse procedimento de alta complexidade foi possível graças à parceria com uma empresa de materiais médicos e o Centro Cirúrgico do HU, que cedeu uma torre de vídeo, que também nunca tinha sido utilizada no Humai. Essa união de esforços começou quando o neurocirurgião Guilherme Machado comunicou a necessidade da cirurgia e também os instrumentos que precisariam ser utilizados. 

“O trabalho de toda a equipe de neurocirurgia e do centro cirúrgico do Humai devem ser exaltados, já que providenciaram tudo para que isso fosse possível em Ponta Grossa sem a necessidade de transferir o paciente para um centro de referência em Curitiba”, disse Machado. Foram duas horas de cirurgia e tudo correu dentro do esperado, com recuperação e pós-operatório imediato na UTI.

Para a coordenadora do Centro Cirúrgico do Humai, Danielle Ritter Kwiatkoski, essa cirurgia reforça o potencial da unidade médica. “Os profissionais de saúde convivem diariamente com uma linha tênue entre salvar vidas e perder vidas. Mas quando o resultado é positivo, a sensação de dever cumprido é emocionante”, afirma. “Ao término da cirurgia, quando ele extubou e o ouvimos acordar chorando, foi uma grande sensação de dever cumprido e um misto de alegria e emoção tomou conta de toda equipe”.

Além dos médicos Fábio Viegas, Guilherme Machado e Marcio Hyeda; dos enfermeiros Edson Carneiro e Danielle Ritter Kwiatkoski; participaram da cirurgia as instrumentadoras Vanessa e Marize; as circulantes Edina Lemes e Verônica Rodrigues; e a residente em Neonatologia Amanda França.