Mutirão em hospital de Curitiba faz triagem de pacientes com suspeita de câncer de pele

Na unidade foram atendidos 150 pacientes durante o dia, como parte da campanha nacional Dezembro Laranja, da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Assessoria de Imprensa
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Mutirão no Hospital Evangélico Mackenzie (Divulgação)

Um mutirão no Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba, detecta lesões suspeitas de câncer de pele. O Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) realizou, neste sábado (7/12), um mutirão dedicado à triagem de pacientes com lesões suspeitas de câncer de pele e melanoma.

A iniciativa integra a campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Entre 9h e 15h, foram atendidos na unidade, 150 pacientes de um total de 850 atendimentos realizados em Curitiba, referentes à mesma campanha. A secretária municipal de Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella, esteve no Hospital Mackenzie para acompanhar a ação e comentou a importância dos mutirões para acelerar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Na dermatologia temos um tempo de espera em torno de 9 meses. Ao realizar esse mutirão, com apoio da Sociedade Brasileira de Dermatologia, nós conseguimos agilizar e atender um bom número de pessoas que já estão com critério clínico de priorização”, ressalta Battistella.

Ações Imediatas
Os pacientes atendidos no Hospital Mackenzie passaram por consultas e exames. As lesões consideradas malignas ou pré-malignas já foram submetidas, no próprio sábado, a procedimentos como a crioterapia e biópsias. Os retornos foram agendados para as próximas semanas, visando o acompanhamento necessário para continuidade do tratamento.

O aposentado Edenésio Possoli, 74 anos, trabalhou por muitos anos exposto ao sol e possui manchas nos braços e couro cabeludo – lesões suspeitas de carcinoma, um dos tipos de câncer de pele. Após a triagem, ele foi encaminhado para a realização de crioterapia, uma técnica que aplica nitrogênio líquido em baixíssima temperatura para tratar a lesão.

“Sempre trabalhei com máquinas, exposto ao sol, na época não havia cabines nas máquinas. Por desconfiar dessas manchas que ardem no couro cabeludo, busquei atendimento médico e agora preciso cuidar para não piorar o quadro”, afirma Possoli.

A também aposentada Vera Lúcia Bernardes, 65 anos, aguardava há três meses para consultar, pois estava preocupada com algumas verrugas na região do pescoço. No mutirão, a equipe médica não viu problemas nas verrugas, porém detectou uma lesão suspeita no rosto, e a paciente passou por biópsia para que a mancha seja avaliada com precisão.

Prevenção

O chefe do serviço de dermatologia do HUEM, Dr. Anber Tanaka, alerta para a regra do ABCDE para que as pessoas observem as pintas e manchas no corpo que sejam suspeitas de câncer de pele.

É importante prestar atenção em lesões assimétricas (A), com borda irregular (B), com duas ou mais cores (C), de dimensão grande (D) e que evoluem (E), ou sejam aumentam de tamanho com o tempo. Pintas que tenham alguma dessas características devem ser levadas ao dermatologista.

“Pessoas com a pele clara têm maior propensão, mas outras pessoas também podem ser acometidas. É fundamental a fotoproteção, com uso de filtro solar, chapéus, evitar se expor nos horários de sol mais intenso. E esses cuidados devem começar na infância, porque os efeitos do sol são cumulativos ao longo da vida”, explica Tanaka.

Os pacientes avaliados no mutirão que após a biópsia tiverem a doença confirmada serão encaminhados para procedimento cirúrgico e continuidade do tratamento de acordo com cada caso. Segundo dr. Tanaka, a chance de cura é próxima a 100% se o diagnóstico acontece na fase mais inicial.

Melanoma, o câncer de pele mais agressivo
Há vários tipos de câncer de pele, entre eles os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. No entanto, o melanoma, que costuma ser o mais raro (cerca de 10% dos casos), é o tipo mais agressivo, podendo provocar metástases (espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo humano) e levar à morte.

O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. Ambos os tipos são tratados, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Dados no Brasil e no Paraná
Segundo dados do Ministério da Saúde, o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil. Já a Estimativa 2023 de Incidência de Câncer no Brasil, do INCA, revela números surpreendentes. São esperados aproximadamente 220,49 mil novos casos de câncer de pele por ano no triênio 2023-2025.

De acordo com informações da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), no Paraná, de 2023 a 2025, são estimados 9.080 casos de câncer de pele não melanoma e 610 casos de câncer de pele melanoma. Em Curitiba, a estimativa prevê 1.400 casos de câncer de pele não melanoma e 110 casos de melanoma.