De cada 100 paranaenses que receberam vacinas contra a Covid-19 e deveriam realizar a segunda dose, cinco não comparecem — ou pelo menos ainda não compareceram — para receber a segunda dose do imunizante, conforme estimativa da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa-PR).
Conforme a pasta, o Paraná não possui um número exato de faltosos, até porque os responsáveis pela vacinação e por fazer a busca ativa dos pacientes que ainda precisam tomar a segunda dose do imunizante são os municípios. Ainda assim, a estimativa da Sesa-PR, que tem como base as informações sobre aplicação de doses encaminhadas ao estado, aponta que a taxa de faltosos no estado fica em torno de 5%.
Trata-se de uma taxa muito próxima, por exemplo, da verificada em Curitiba. Na capital, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) registrava, até o último dia 21, um total de 340.635 pessoas que receberam vacinas e deveriam ter realizado a segunda dose até a data referida. Desse contingente de usuários, 16.562 (4,8% do total) ainda não compareceram aos postos de vacinação na cidade – dados que serão atualizados até amanhã.
O ideal, sempre, é que os intervalos para a aplicação de segunda dose sejam obedecidos, já que essas janelas estabelecidas foram as que obtiveram melhor resposta de eficácia e segurança durante os estudos científicos. Entretanto, quem não conseguiu tomar a segunda dose no momento agendado deve fazê-lo assim que possível, já que nenhuma dose é perdida, conforme explica o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o médico pediatra Renato Kfouri.
“Nestes casos, onde o atraso ocorreu, essa vacinação deve acontecer o mais rápido possível, para que esse esquema seja finalizado o quanto antes. Não há nenhuma informação de que doses aplicadas e que eventualmente não completadas sejam perdidas, muito pelo contrário. O que as vacinas nos ensinam ao longo de décadas de sua utilização é que nenhuma dose é perdida, o esquema começado só deverá ser completado, jamais reiniciado”, explicou o médico em entrevista à Agência Brasil.
Em Curitiba, a informação sobre a data de retorno para aplicação da segunda dose é anotada no cartão de vacinação, que o usuário recebe após comparecer para receber a primeira. Outra forma é acompanhar o cronograma divulgado pela Prefeitura de Curitiba diariamente, nas redes sociais e no site do município. Para receber a segunda dose da vacina, basta procurar um dos pontos de vacinação na cidade, levando junto um documento de identificação com foto e CPF.
Estado bate recorde de aplicações em julho
O Paraná registra em julho uma média recorde de doses da vacina contra a Covid-19 aplicadas diariamente.
Conforme levantamento do Bem Paraná com base nos informes diários da Sesa-PR, até ontem (28/07) o estado aplicou, em julho, uma média de 75.881 oses contra a Covid-19, valor 6,63% superior ao verificado no mês anterior.
O crescimento ocorre, principalmente, por conta do número de 2ª doses aplicadas: 27.703 por dia, crescimento de 308,69% na comparação com o mês anterior. Por outro lado, a média de primeiras doses aplicadas (48.178) neste mês é 25,17% inferior ao verificado em junho (64.383).
A meta do governo do Paraná é, até o final de setembro, vacinar todas as pessoas com mais de 18 anos com pelo menos a primeira dose dos imunizantes. Até o final da tarde de ontem, 5.954.415 paranaenses haviam sido imunizados (1ª dose ou dose única), o equivalente a 68,5% do público alvo.
Casos de SRAG ficam estáveis no Paraná
Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) apresentam tendência de queda em 12 estados, enquanto apenas o Acre tem probabilidade de alta nas projeções divulgadas ontem pelo Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Paraná está no grupo dos estados com casos estáveis.
Os quadros graves de síndrome respiratória têm sido acompanhados por pesquisadores como um parâmetro para indicar a evolução da pandemia de covid-19, já que 96% dos casos positivos para vírus respiratórios foram causados pelo SARS-CoV-2.
Apesar do cenário, o boletim aponta tendência de alta nos casos de SRAG para Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco e Rio de Janeiro e o nível de transmissão comunitária extremamente elevado em Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Macapá, Porto Alegre e São Paulo.