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O avanço das inteligências artificiais (IA), como o ChatGPT, tem levado muitas pessoas a recorrerem a robôs para desabafar sobre problemas emocionais. Embora essa prática pareça inofensiva e até reconfortante em momentos de solidão, especialistas alertam para possíveis impactos negativos na saúde mental.

O psicólogo Pablo Sauce, da Holiste Psiquiatria, explica: “Humanizar máquinas pode parecer acolhedor, mas quanto mais projetamos sentimentos em objetos inanimados, mais nos desumanizamos”. Segundo ele, a busca por conforto em IAs se relaciona com um mecanismo psíquico chamado animismo, que consiste em atribuir alma a objetos. “É uma tentativa de terceirizar decisões sobre a própria vida e se afastar de emoções que causam dor. Mas sem pathos, não há vida”, completa.

Apesar da sofisticação crescente desses sistemas, especialmente em respostas sobre saúde mental, confiar plenamente nas IAs apresenta riscos significativos, sobretudo em casos de ansiedade, depressão e ideação suicida. “Já houve situações em que algoritmos sugeriram soluções letais de forma pragmática. Atualmente, as plataformas são mais seguras, mas ainda não substituem a sensibilidade e escuta ativa de um terapeuta humano”, afirma Sauce.

Outro ponto crítico é a padronização do sofrimento. A IA oferece respostas baseadas em dados e estatísticas, não em experiências subjetivas. Para o especialista, isso pode levar o indivíduo a renunciar à sua singularidade emocional, reduzindo sua complexidade a padrões genéricos, em oposição ao que a psicoterapia busca.

O fenômeno também pode contribuir para o isolamento social, alerta Sauce. “Em países altamente digitalizados, como o Japão, vemos casos de hikikomori — jovens que se isolam por meses ou anos. É um alerta sobre o risco de substituir vínculos reais por interações digitais”.

Para aqueles que se sentem confortáveis desabafando com IAs, mas ainda não procuram ajuda profissional, Sauce deixa uma recomendação: “Se algum dia essa parceria artificial deixar de fazer sentido, lembre-se de que há profissionais preparados para estabelecer vínculos reais. O contato humano oferece algo insubstituível, que nenhuma tecnologia consegue replicar”.

Sobre a Holiste

A Holiste Psiquiatria, criada há 20 anos pelo Dr. Luiz Fernando Pedroso, é referência em saúde mental e oferece atendimento nacional a partir de sua sede em Salvador, Bahia. A clínica conta com ambulatórios, internamento psiquiátrico, Hospital Dia e Residência Terapêutica, dispondo de tecnologia de ponta e equipe multidisciplinar, com médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, nutricionistas e outros especialistas.

Mais informações sobre serviços e tratamentos estão disponíveis em: www.holiste.com.br