Quando o metabolismo dá sinais de alerta; o que observar e como cuidar da saúde hormonal

Editado por Alana Morzelli
garganta-paciente-com-toque-manual

Freepik

Localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do chamado “gogó”, a glândula tireoide tem papel fundamental no funcionamento do organismo. Responsável pela produção dos hormônios T3 e T4, ela regula o metabolismo e influencia diretamente funções como o ritmo cardíaco, a temperatura corporal, o funcionamento do intestino, o humor e até o desenvolvimento neurológico.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 750 milhões de pessoas no mundo convivem com alterações nessa glândula. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 16 mil novos casos de câncer de tireoide por ano entre 2023 e 2025, tornando-o o sétimo tipo mais frequente no país.

Hipotireoidismo e hipertireoidismo: diferenças e causas

De acordo com a endocrinologista Renata Maksoud Bussuan, professora da Afya Educação Médica Curitiba, os principais distúrbios da tireoide são o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. No primeiro, a glândula trabalha de forma mais lenta e produz menos hormônios, provocando sintomas como cansaço, ganho de peso, ressecamento da pele, constipação intestinal, intolerância ao frio e alterações menstruais. Já no hipertireoidismo, a produção é excessiva, o que pode levar à perda de peso acelerada, ansiedade, tremores, sudorese excessiva, diarreia e insônia.

A causa mais comum do hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune. Já o hipertireoidismo costuma estar ligado à doença de Graves, também de origem autoimune. Há ainda outras origens, como nódulos funcionais (doença de Plummer), bócio multinodular, inflamações ou uso indevido de hormônios tireoidianos.

Quando desconfiar de um problema

Como os sintomas podem se confundir com outras condições, a investigação médica é fundamental. “Além do exame de sangue para avaliar os hormônios tireoidianos e os anticorpos específicos, o ultrassom da tireoide ajuda a identificar inflamações e nódulos”, explica a especialista.

Alimentação e hábitos que influenciam

Embora alimentos e comportamentos do dia a dia não sejam causas diretas de distúrbios da tireoide, eles podem influenciar seu funcionamento ao longo do tempo. O excesso de iodo, por exemplo, pode inflamar a glândula. O consumo equilibrado, presente no sal de cozinha iodado, já é suficiente para atender às necessidades do organismo. Além disso, álcool, cigarro e estresse crônico podem agravar doenças autoimunes. Alimentos como soja e vegetais crucíferos (como couve e brócolis) só trariam impacto se consumidos em grandes quantidades e de forma contínua.

É possível prevenir?

Apesar de não haver formas definitivas de prevenir doenças autoimunes da tireoide, hábitos saudáveis ajudam a controlar ou retardar o surgimento dos sintomas. Ter uma alimentação equilibrada, evitar dietas restritivas, manter o intestino saudável, não fumar e controlar o estresse são atitudes recomendadas. Pessoas com histórico familiar devem procurar um médico para avaliação periódica.

Formação médica especializada

A unidade de Curitiba da Afya Educação Médica oferece pós-graduação em endocrinologia, com foco em diagnóstico e tratamento de distúrbios hormonais, como os relacionados à tireoide. A infraestrutura conta com salas de aula, consultórios e espaços voltados ao bem-estar dos alunos.