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A perda de massa e força muscular (sarcopenia) gera falta de autonomia e a possibilidade de quedas e fraturas. A prevenção e o tratamento deve ser multiprofissional

A sarcopenia é um dos grandes desafios da saúde na terceira idade. Essa perda progressiva de massa muscular e força afeta entre 10% e 16% das pessoas acima de 65 anos, segundo estudos científicos. Embora comum, não é um destino inevitável do envelhecimento.

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De acordo com o Dr. André Pitaki, médico geriatra do Eco Medical Center, a sarcopenia merece atenção especial porque compromete diretamente a autonomia. “Pessoas com este problema têm mais dificuldade para realizar atividades cotidianas, como levantar da cadeira, subir escadas ou carregar compras. Além disso, a sarcopenia está associada a maior mortalidade e pior recuperação em casos de doenças agudas”, explica o médico.

O impacto vai além da mobilidade: aumenta o risco de quedas, fraturas, hospitalizações e acelera a perda de independência.

Diagnóstico e tratamento da sarcopenia


O diagnóstico combina avaliação clínica, testes de força muscular (como o teste de preensão manual, popularmente conhecido como “aperto de mão”), desempenho físico (como velocidade de caminhada) e exames de imagem que avaliam o volume e desenvolvimento dos músculos.

Identificar cedo os sinais é fundamental para evitar a perda de autonomia. E se possível, durante toda a vida, é importante fazer musculação, pilates, ou outras atividades físicas que lidem com a força.

“O tratamento é baseado em evidências robustas e envolve principalmente a prática regular de exercícios de resistência, que comprovadamente aumentam a força e a massa muscular. A alimentação adequada, especialmente rica em proteínas, também é essencial. Em alguns casos, pode ser indicada suplementação nutricional. Mas sempre sob orientação profissional”, afirma Pitaki, explicando que o consumo de suplementos sem supervisão de um médico pode sobrecarregar rins e o fígado.

Papel da nutrição contra a sarcopenia


A nutrição também desempenha um papel central na prevenção da sarcopenia, já que o envelhecimento está associado a mudanças importantes no organismo, como inflamação sistêmica, alteração da microbiota intestinal e redução natural do apetite. Segundo a nutricionista Natalie Marques, isso leva a uma menor ingestão de alimentos proteicos e nutritivos, como frutas e verduras, impactando diretamente na massa muscular e aumentando o risco de perda de força.

“A avaliação nutricional é fundamental para ajustar a ingestão de proteínas, vitaminas e minerais, além de fracionar adequadamente as refeições ao longo do dia, favorecendo melhor absorção e manutenção da massa magra”, explica.

Ela destaca que cuidar da microbiota intestinal e garantir suporte nutricional adequado é essencial não apenas para evitar a sarcopenia, mas também para manter a vitalidade, a independência e a proteção contra doenças crônicas comuns na terceira idade.

Manejo multiprofisisonal da sarcopenia


Até hoje, não há medicamentos específicos aprovados para tratar a doença. O manejo, portanto, é multiprofissional, unindo médico geriatra, nutricionista, fisioterapeuta e educador físico. O acompanhamento com um geriatra é especialmente importante, pois esse especialista avalia o idoso de forma global e identifica precocemente sinais de perda muscular”, afirma o médico.

A boa notícia é que a sarcopenia pode ser prevenida. O geriatra reforça que “manter-se fisicamente ativo, evitar o sedentarismo e adotar uma alimentação equilibrada são as principais estratégias para reduzir o risco de desenvolver sarcopenia no futuro.” Ou seja, quanto antes houver estímulo à movimentação, maiores as chances de envelhecer com saúde e independência.

O papel dos cuidadores de idosos na prevenção


Manter uma rotina de exercícios nem sempre é simples para quem já apresenta limitações. Nesse contexto, a atuação de cuidadores de idosos capacitados é fundamental.

Na Geração de Saúde – empresa especializada em cuidadores de idosos em home care – além dos cuidadores, há uma equipe de fisioterapeutas que realiza visitas periódicas às casas dos idosos, avaliando necessidades individuais e propondo orientações de exercícios físicos para que o cuidador aplique no dia a dia com o idoso. Isso contribui para preservar a massa muscular, reduzir o risco de quedas e manter a autonomia.

“O ato de fomentar o movimento corporal com caminhadas diárias e exercícios, levantamento de pesos leves ou de utilizar a força e o peso do próprio corpo em alguns movimentos faz com que os idosos melhorem a sua mobilidade, fortaleçam o esqueleto e reduzam a sarcopenia. Queremos idosos com autonomia, para aproveitar a vida”, diz Bruno Butenas, fundador da Geração de Saúde.

Além do acompanhamento físico, os cuidadores promovem bem-estar emocional, ajudam a evitar o isolamento e organizam rotinas mais seguras, prevenindo complicações comuns da terceira idade.