
A rotina da academia, para muitos, é sinônimo de vitalidade e energia. No entanto, uma quantidade crescente de frequentadores tem relatado uma sensação oposta: mais cansaço do que vigor. Neurocientista chama a atenção para a má nutrição e os reflexos no sistema imunológico que pode estar fragilizado por uma rotina de exercícios.
Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em Neurociências, licenciado em Biologia e graduado em Psicologia, além de membro da Royal Society of Medicine no Reino Unido, explica que isso pode não ser apenas resultado de um treino intenso.
Segundo Rodrigues, o primeiro fator a considerar é um sistema imunológico enfraquecido. “A nutrição desempenha um papel crucial; sem os nutrientes necessários, nosso corpo não pode combater adequadamente as infecções”, ele afirma.
A falta de sono e o estresse crônico também são vilões silenciosos que podem debilitar nossas defesas imunológicas, tornando-nos mais suscetíveis a doenças e, consequentemente, mais cansados.
Viroses Invisíveis
No contexto atual, onde novas variantes de vírus surgem constantemente, Rodrigues destaca a presença de viroses que podem passar despercebidas. “Mesmo sem sintomas evidentes, seu organismo pode estar em uma batalha interna, consumindo energia que você sentiria no dia a dia”, aponta. Isso é especialmente verdadeiro em ambientes fechados como academias, onde a transmissão pode ser facilitada.
Ansiedade e Cortisol: Um Ciclo de Esgotamento
Outro ponto crítico levantado pelo neurocientista é o impacto da ansiedade moderna. “Estamos vivendo em uma era de ansiedade severa, onde o cortisol, o hormônio do estresse, está sempre elevado”, explica. Esse aumento de cortisol não só consome energia, como também interfere no sono e na recuperação muscular, levando a uma sensação de fraqueza e exaustão. “O cortisol em níveis elevados pode literalmente drenar suas reservas energéticas”, observa Rodrigues.
Outros Aspectos a Considerar
Ademais, a hipotensão ou queda de pressão pode ser causada por fatores como desidratação, especialmente após exercícios intensos sem a devida reposição hídrica, hipoglicemia devido à falta de alimentação adequada pós-treino, e até mesmo anemia, que afeta a capacidade do corpo de transportar oxigênio eficientemente.
Para aqueles que notam um aumento inesperado na fadiga durante ou após os treinos, é essencial olhar além do esforço físico. “É fundamental equilibrar a prática esportiva com uma atenção especial à saúde mental, dieta, descanso e hidratação”, aconselha o neurocientista. Ele sugere que quem enfrenta esse dilema consulte profissionais de saúde para uma avaliação completa, visando não apenas melhorar a performance no esporte, mas também a qualidade de vida no geral.
A mensagem final é clara: a saúde física e mental estão intrinsecamente ligadas, e ignorar sinais de exaustão pode ser perigoso. Portanto, escutar seu corpo e buscar um equilíbrio saudável é o primeiro passo para recuperar a energia e o bem-estar que a academia deveria proporcionar.