Os casos de viroses disparam no Paraná neste início de ano, especialmente após o período de festas e férias. Dados das Unidades Sentinela de Doença Diarreica Aguda mostram que neste ano, até o dia 13 de janeiro, foram registrados 5.439 atendimentos por Doenças Diarreicas Agudas (DDA) só no Litoral, um aumento de 306% em comparação aos 1.339 casos registrados no mesmo período do ano passado.
Durante todo o ano de 2024, foram notificados 121 surtos de DDA no Estado, sendo três deles na 1ª Regional de Saúde, que abrange as cidades litorâneas, já neste ano, foram registrados dois surtos, um deles também no litoral. Esse cenário reforça a importância da prevenção e dos cuidados com a higiene e a saúde.
Segundo o especialista em bacteriologia e responsável técnico do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, as viroses são um problema de saúde pública, e muitas delas poderiam ser evitadas com medidas simples, mas eficazes, de prevenção.
“As viroses são infecções causadas por vírus que podem afetar diferentes partes do corpo, como o sistema gastrointestinal, respiratório e o fígado. O aumento que observamos este ano reflete, em parte, a negligência com hábitos de higiene e a falta de conscientização sobre a transmissão viral”, completa.
Formas de transmissão mas viroses
Kozlowski explica que as viroses são causadas por vírus – agentes microscópicos que invadem o organismo através de vias como o contato direto com superfícies contaminadas, a inalação de gotículas suspensas no ar e o consumo de água ou alimentos contaminados.
“Os vírus são microrganismos muito pequenos que invadem as células do nosso corpo para se reproduzir. Eles podem entrar no organismo por diversas vias, como a oral, respiratória e fecal-oral. Uma vez dentro do corpo, o vírus usa as células hospedeiras para se replicar, provocando sintomas que variam desde febre e mal-estar até quadros mais graves, dependendo do tipo de vírus e da condição do sistema imunológico do paciente”, afirma.
Kozlowski ressalta ainda a importância de buscar atendimento médico ao primeiro sinal de virose. “Sintomas leves podem evoluir rapidamente, e o diagnóstico precoce faz toda a diferença na recuperação. Além disso, a população deve se vacinar sempre que houver opção de imunização contra doenças virais. Com a conscientização da população e a adoção de medidas preventivas, é possível conter a disseminação das viroses no estado, preservando a saúde coletiva e reduzindo a pressão sobre o sistema de saúde”, reforça.
O especialista explica que a transmissão ocorre principalmente por:
- Contato direto: toque em superfícies contaminadas e, em seguida, na boca, nariz ou olhos.
- Contato com gotículas: espalhadas no ar por tosse, espirro ou fala de uma pessoa infectada.
- Água e alimentos contaminados: ingestão de água ou alimentos contaminados com vírus.
Cuidados essenciais para evitar a contaminação de viroses
Para evitar o contágio e reduzir a propagação das viroses, é essencial adotar medidas preventivas, como:
- Higiene das mãos: Lavar as mãos com água e sabão frequentemente ou utilizar álcool em gel quando não for possível lavar.
- Ambientes ventilados: Garantir boa circulação de ar em espaços fechados.
- Cuidados com alimentos e água: Consumir alimentos bem higienizados e evitar água de procedência duvidosa.
- Evitar contato com pessoas doentes: Manter distância e evitar compartilhar objetos pessoais.