Veja as profissões que “pagam caro” por usar muito a voz, segundo especialista

Mario Akira
voz telemarketing

Telemarketing uma das profissões que depende da voz (Freepik)

Professores, cantores, atores, jornalistas, operadores de call center, líderes religiosos e outros profissionais que dependem da voz para exercer suas funções enfrentam diariamente o desafio de manter essa ferramenta em perfeito estado. O uso intenso, porém, cobra seu preço. Falar é uma das atividades mais naturais do ser humano — mas, para milhões de brasileiros, é também a principal ferramenta de trabalho.

Segundo o otorrinolaringologista Dr. Domingos Tsuji, especialista em saúde da voz e diretor do Voice Center do Hospital Paulista, essas categorias estão entre as mais suscetíveis ao desgaste vocal. “O problema não é apenas a frequência com que usam a voz, mas o contexto: ruído ambiental, falta de pausas, ausência de preparo vocal adequado… tudo isso contribui para lesões e fadiga”, alerta.

E os números mostram que esse risco é real. Pesquisas revelam que 63% dos professores brasileiros já relataram problemas vocais ao longo da carreira, com 33% afirmando que esses problemas interferem diretamente em seu desempenho profissional. O índice também é elevado entre operadores de call center (43% com sintomas), instrutores de academia (70,9% com sintomas vocais crônicos) e líderes religiosos — em um estudo, até 85,6% das pastoras relataram alterações na voz.

Quando a voz pede ajuda

O corpo costuma dar sinais de que algo está errado — e a voz não é exceção. Rouquidão persistente por mais de duas semanas, cansaço ao falar, dor na garganta, falhas constantes ou perda de potência vocal são indícios de que há algo errado. “Cantores, por exemplo, percebem dificuldade para sustentar notas. Já outros profissionais notam mudanças sutis no tom ou na resistência da voz. Em todos os casos, esses sinais não devem ser ignorados”, orienta o Dr. Tsuji.

Prevenir é mais fácil (e mais barato) do que tratar

Com alguns cuidados simples, é possível evitar danos à voz. A principal recomendação é manter-se hidratado, fazer pausas regulares durante o uso contínuo da voz, evitar falar alto em ambientes barulhentos e garantir boas noites de sono.

Outros cuidados incluem evitar o cigarro, o excesso de álcool, o ar seco sem umidificação e, principalmente, o hábito de pigarrear — que pode agravar lesões nas pregas vocais. “Além disso, o refluxo é uma causa comum de tosse, pigarro e rouquidão. Em muitos casos, o tratamento vocal inclui também o controle do refluxo”, explica o especialista.

Quando procurar um especialista?

Se os sintomas vocais persistirem por mais de duas semanas, é hora de procurar um otorrinolaringologista. O tratamento pode incluir fonoterapia com fonoaudiólogo, mudanças de hábito, uso de medicamentos — e, em casos mais graves, cirurgia. “A voz precisa ser encarada como um instrumento profissional. Quem depende dela para viver precisa cuidar com o mesmo zelo que um atleta dedica ao corpo ou um músico dedica ao seu instrumento”, conclui Dr. Tsuji.

A saúde da voz em números

63% dos professores já tiveram problemas vocais
33% dizem que a voz interfere no desempenho profissional
43% dos atendentes de call center apresentam sintomas vocais
70,9% dos instrutores de academia têm sintomas crônicos
85,6% das pastoras relataram alterações vocais
59% dos atores avaliados apresentaram sinais de sobrecarga vocal

Fontes: Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), UFMG e Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e, durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial e Foniatria. Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.