No dia 15 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Conscientização dos Linfomas, doenças que atingem o sistema linfático. O linfoma é um dos tipos mais comuns de câncer no sangue. Afeta os linfócitos, que são um tipo de glóbulo branco, que viajam pelo sangue e pelo sistema linfático para defender o corpo contra invasores estranhos. Possui altos índices de cura, porém, quanto mais cedo diagnosticados ou com estádio mais inicial da doença, melhores serão os resultados.
A médica rádio-oncologista Paula Soares do Oncoville, clínica de radioterapia, destaca que uma das formas de tratamento é a radioterapia, usada para a maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin e consiste na radiação do órgão-alvo com doses fracionadas. “A radioterapia atua como tratamento adjuvante, ou seja, após a quimioterapia”, explica.
Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam, para o Linfoma de Hodgkin (LH), uma estimativa anual média de casos novos (triênio 2023–2025): 3.080 casos, sendo 1.500 em homens, 1.580 em mulheres. Para o Linfoma não Hodgkin (LNH), a estimativa anual média de casos novos é de 12.040 casos, sendo 6.420 em homens e 5.620 em mulheres. O LNH é o nono tipo de câncer mais frequente nos homens, e o nono em mulheres, excluindo tumores de pele não melanoma. O tratamento pode envolver radioterapia, quimioterapia e transplante de medula óssea.
Os linfomas geralmente se desenvolvem quando uma alteração ou mutação ocorre dentro de um linfócito, fazendo com que a célula anormal se replique mais rápido ou viva mais do que um linfócito normal. Como os linfócitos normais, os linfócitos cancerosos podem viajar pelo sangue e pelo sistema linfático e se espalhar e crescer em muitas partes do corpo, incluindo os gânglios linfáticos, baço, medula óssea e outros órgãos. São divididos em dois tipos: Linfoma de Hodgkin e Linfoma não-Hodgkin, sendo que ambos os tipos afetam os linfócitos.
O principal exame para diagnosticar o linfoma de Hodgkin é a biópsia de um dos linfonodos comprometidos. Caso seja confirmado, é preciso realizar mais exames para verificar a extensão da doença ou o seu estadio.
Um sintoma característico de linfoma são os caroços ou nódulos, que são gânglios linfáticos inchados (glândulas). Outros sintomas do linfoma são febre, perda de peso e suor noturno.
Ainda não se sabe o que faz surgir um linfoma, mas existem alguns fatores que podem aumentar um pouco o risco de desenvolver a doença, como idade, sexo, história da família, imunidade reduzida e infecções.
Tratamento com IMRT
Os tratamentos para linfoma podem variar dependendo do tipo de linfoma e incluem quimioterapia, radioterapia e terapias direcionadas. “A decisão de usar radioterapia vai depender do tipo de linfoma, do estágio da doença, da resposta à quimioterapia bem como idade, condições gerais de saúde do paciente e da localização do tumor. Atualmente, são usadas técnicas modernas, como, por exemplo, a Radioterapia de Intensidade Modulada – IMRT, quando indicada. Essa técnica ajuda a proteger tecidos saudáveis e reduzir efeitos colaterais, aponta Paulo Petchevist, físico médico do Oncoville.
A radioterapia tem como objetivo principal eliminar doenças residuais, consolidar a resposta ao tratamento, evitar recidivas locais e paliar sintomas (em doença avançada ou recidivada).