A capital mais fria do país foi “invadida” por turistas em julho, em um movimento que até chegou a surpreender, positivamente, o setor. Atrativos turísticos bateram recorde de visitantes. Eventos de inverno, fama da cidade de ser destino do frio e a realização da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), podem ter contribuído para o resultado.
O primeiro sinal de que julho havia sido muito fora da curva veio com um balanço do Museu Oscar Niemeyer (MON), na quarta-feira, mostrando recorde de público. O MON recebeu 47.492 visitas em julho, representando um crescimento de 31% em relação ao mesmo período do ano passado, quando contabilizou 36.165 visitantes, e também o maior número de visitantes na sua história em um único mês.
A Torre Panorâmica, um dos cartões-postais mais famosos da cidade, também foi uma das atrações que mais se destacou nesse cenário de crescimento, com 19 mil visitantes pagantes em julho, o melhor número desde o início da pandemia. Comparando com julho de 2022, que registrou 15.202 visitantes, a torre apresentou um sólido crescimento de 24,98%. Além disso, em relação ao mês anterior, junho de 2023, o aumento foi ainda mais impressionante, alcançando uma expressiva taxa de 77,75%
Pelo segundo ano consecutivo, a Linha Turismo, que passa por 26 atrativos na cidade, bateu recorde de passageiros em julho. Segundo levantamento da Urbanização de Curitiba (Urbs) foram 25.476 passageiros pagantes, 35,79% superior a 2019, ano considerado referência de normalidade, antes da pandemia, com 18.761. No ano passado, haviam sido 25.003 pagantes.
A indústria hoteleira de Curitiba também celebrou o incremento no movimento de hospedagem, de 4,62%. Esse aumento é mais um indicativo do crescimento turístico da cidade e reflete a consolidação do destino.
Bom resultados
“O mês de julho é um mês que todos nós do setor de turismo aguardamos ansiosamente, porque a gente sempre trabalha pra criar meios para atrair esses turistas, e não só os locais”, pontua Fábio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrapar).
Aguayo também explica que o turismo integrado ajuda, não só os pontos mais tradicionais, mas os restaurantes e bares também. “Com os pontos turísticos, o setor de gastronomia e entretenimento também é favorecido. Muita gente gosta de completar esses passeios com bons restaurantes, boas baladas… para nós é importante que a gente esteja sempre aprimorando”, diz.
Meta é ter turismo o ano todo
Um plano da Prefeitura é que Curitiba seja um atrativo ocasional. O Natal, por exemplo, é outra data que chama atenção na cidade; virou um dos maiores do país. Ano passado, a cidade ficou entre os 10 destinos mais procurados por estrangeiros para turismo, ocupando a oitava posição. Segundo a pesquisa da Decolar, quem mais vem para cá são pessoas de Lisboa, Buenos Aires, Londres, Porto e Nova York.
Além disso, grandes eventos tem feito de Curitiba uma das cidades de passagem obrtigatória. Só neste ano, por exemplo, dezenas de grandes shows foram ou estão agendados na Capital do começo ao fim do ano. São eventos que levam públicos imensos para os palcos culturais da cidade.
Na Pedreria Paulo Leminski, por exemplo, os públicos facilmente passam de 20 mil. Entre eles, muitos de outras cidades, que aqui se hospedem, frequentam restaurantes e utilizam o comércio local.
A cidade também recebe ao longo do ano diversos eventos na área da educação, saúde e comércio, o que também movimenta a economia.
Linha Turismo — A Urbs promove, em agosto, uma redução de 40% no preço do bilhete da Linha Turismo, de R$ 50 para R$ 30 em comemoração aos 60 anos da empresa.
Encontro científico e fama ajudaram nos resultados
Alguns motivos podem ajudar a explicar os recordes. A 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) pode ser um deles. A reunião aconteceu na Universidade Federal do Paraná (UFPR) neste ano e contou com a participação de mais de 44 mil pessoas durante os eventos, uma média de 6,3 mil visitas por dia.
Nas reuniões, debates e mesas-redondas, a estimativa é de que mais de 8 mil pessoas estiveram presentes. A rede de hotelaria notou o incremento de quase 5% no movimento de hospedagem. E, claro, a visita pela cidade não parou por aí.
O frio é outro motivo que explica a alta de turistas na cidade. As baixas temperaturas atraem os curiosos de plantão que só ouvem falar “da capital mais fria do país”. Embora o inverno não tenha sido tão rigoroso, as temperaturas amenas já agradaram os que vieram para sentir o bom friozinho. “O frio somado a oferta de serviços gastronômicos formam um grande atrativo para muitos brasileiros”, diz a presidente do Instituto Municipal de Turismo (IMT), Tatiana Turra.
Também o mês de julho, mês de férias, ajuda na movimentação do turismo interno, daquelas pessoas da própria cidade e de cidades vizinhas, que também aproveitam conhecer ou rever os pontos turísticos da cidade, já que as férias de meio de ano são mais curtas.
Mais
Destino do ecoturismo
O Brasil conquistou mais um relevante reconhecimento internacional: o de melhor país do mundo para o ecoturismo! A informação consta do Indice de Ecoturismo da revista norte-americana Forbes, uma das mais conceituadas publicações de economia e negócios do planeta, que elaborou um ranking classificando as 50 melhores nações dedicadas à prática.
A lista da Forbes Advisor confere uma nota de 94,9 ao Brasil, muito à frente de países como México (86) e Austrália (84), respectivamente o segundo e o terceiro colocados na seleção. O Brasil é apontado como líder em biodiversidade entre todos os destinos avaliados, com mais de 43 mil espécies de animais e plantas, além de abrigar o Complexo de Conservação da Amazônia Central, voltado à proteção de exemplares ameaçados de extinção. O índice da revista considera fatores como o número de espécies animais e vegetais encontradas em um país
A maior feijoada do mundo
Prudentópolis promove a 11ª edição da Festa Nacional do Feijão Preto (Fenafep), nos dias 11, 12 e 13 de agosto, com entrada franca – expectativa é receber mais de 60 mil visitantes. A organização do evento promete servir “a maior feijoada do mundo”: o prato é preparado em uma panela de 12 toneladas, utilizando mais de meia tonelada de feijão, mil litros de água e 800 quilos de ingredientes como lombinho, a costelinha defumada e linguiça. A particularidade está na movimentação dos ingredientes dentro da panela, que é feita com uma pá adaptada a uma escavadeira hidráulica para dar conta do volume.