
Imagine um lugar onde a natureza ainda parece intocada, repleto de rios subterrâneos, cachoeiras escondidas, paredões imensos de pedra e cavernas que mais parecem cenários de filme. Esse destino existe e está pertinho de Curitiba: é o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), em São Paulo, considerado uma das áreas de Mata Atlântica mais preservadas do mundo.
Reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade, o Petar abriga mais de 350 cavernas, das quais 12 estão abertas à visitação. São cenários de tirar o fôlego, que vão de salões gigantescos a abismos de 240 metros de profundidade, passando por rios cristalinos e cachoeiras que brotam dentro da escuridão.
O parque, localizado a 189 km de Curitiba, via BR-116, é o tipo de lugar que conquista tanto os aventureiros de carteirinha quanto quem busca passeios mais tranquilos. Há cavernas com passarelas e escadas estruturadas para visitantes iniciantes, e outras que exigem preparo físico para encarar rios subterrâneos e trilhas desafiadoras.
Segundo o monitor ambiental Pedro Slompo, várias cavernas ainda existem vestígios dos povos antigos que habitaram a região, com registros que remontam a mais de 10 mil anos, incluindo comunidades nômades que passaram por essas terras.
O parque também guarda trechos do Caminho do Peabiru, uma rede de trilhas indígenas que cruzava a América do Sul. Além disso, é possível encontrar sambaquis e restos de fogueiras deixados pelos primeiros moradores do Vale do Ribeira.
Cavernas
Entre as mais famosas está a Caverna Casa de Pedra, dona do maior pórtico do mundo, e a Caverna de Santana, com mais de 8 km de extensão. Os salões cheios de espeleotemas impressionam tanto que muitos visitantes a chamam de “oitava maravilha do planeta”.

Mas quem já explorou o parque garante: a Caverna Temimina, no Núcleo Caboclos, é a mais espetacular. Com dolinas que permitem a entrada da luz, um jardim suspenso e a famosa formação conhecida como “Chuveiro da Temimina”, ela é a queridinha dos guias locais.

O monitor ambiental Pedro Slompo conduz os turistas no parque há mais de três anos. Entre tantas cavernas deslumbrantes, a sua preferida é a Temimina. “É a mais linda do Petar, não tem como explicar. Quando você visitar, vai entender”, conta o guia.
Trilhas, rios e cachoeiras
A Caverna Água Suja é cortada por um rio e leva os visitantes até uma cachoeira interna, onde é possível tomar um banho em plena escuridão. Já as Cachoeiras do Sem Fim, no entorno do parque, em Iporanga, oferecem três quedas d’água.
Outro destaque é a Cachoeira das Arapongas, em Apiaí, ideal para atividades de aventura como rapel e cascading.
Na Trilha do Betari, que normalmente leva até as cachoeiras Andorinhas e Beija-Flor, o acesso está suspenso por tempo indeterminado devido às fortes chuvas de dezembro de 2024.
O parque abriga as cachoeiras Maximiniano e Sete Reis, que exigem um nível muito mais avançado de esforço físico. As trilhas até elas são consideradas pesadas e bastante desafiadoras.
Entre as mais procuradas pelos turistas estão a Cachoeira da Caverna do Couto e a Cachoeira da Caverna Ouro Grosso, que possuem acesso mais facilitado e fazem parte dos roteiros mais tradicionais dentro do Petar.


Quanto custa visitar o Petar e quantos dias ficar
O ingresso para o parque custa R$ 19 por pessoa, com isenção para maiores de 60 anos e crianças de até 12 anos. Estudantes têm direito a meia-entrada. Todas as visitas às cavernas só podem ser feitas com monitores locais credenciados.
O parque dispõe de roteiro para mais de 15 dias de passeio. No entanto, é mais comum que os turistas fiquem entre três e quatro dias.
Atualmente, o parque funciona todos os dias da semana e só fecha no dia 25 de dezembro. Durante o período de chuvas, especialmente entre dezembro e fevereiro, os passeios ficam sujeitos às condições climáticas, já que a região costuma registrar maior volume de precipitação nessa época.
Por isso, é sempre recomendado que os visitantes planejem seus roteiros com antecedência e acompanhem a previsão do tempo. Para quem busca a melhor época do ano para conhecer o Petar, a dica é apostar no inverno, entre maio e setembro, quando o clima é mais estável e favorece as trilhas e a visitação das cavernas.
Experiência com hospedagem glamping
O Glamping Mangarito, próximo ao parque, oferece diária a partir de R$ 475 para duas pessoas, incluindo café da manhã e chá da tarde. O local, especializado em hospedagem de luxo, oferece camas aconchegantes, banho quente e até spa.
Também há opções de hospedagem mais em conta em pousadas, como a Núcleo Terra e Pousada das Cavernas. Além disso, dentro do parque existe uma área de camping para os trilheiros que gostam de acampar.