
Dor e vermelhidão na pálpebra superior ou inferior acompanhada da formação de um pequeno nódulo que parece um espinha são os sintomas do hordéolo, popularmente conhecido como terçol. Vulgarmente conhecido como viúva, o terçol se não tratado pode exigir uma pequena intervenção cirúrgica para a retirada. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a doença pode aparecer em qualquer período do ano, mas é mais comum no verão. Isso porque, explica, o terçol é uma inflamação das glândulas de zeiss e moll que ficam na base dos cílios. É provocada pelo acúmulo de oleosidade da pele e proliferação de bactérias que aumentam no calor.
O especialista destaca que os principais grupos de risco são os adolescentes, quem têm acne, pessoas com blefarite – inflamação crônica das pálpebras – e mulheres que usam maquiagem de baixa qualidade, vencida ou não retiram completamente antes de dormir.
Quando a inflamação obstrui as glândulas sebáceas de Meibomius, localizada na base das pálpebras e responsáveis pela produção da camada lipídica da lágrima, forma o calázio, afirma. O oftalmologista explica que ao contrário do terçol que pode desaparecer espontaneamente em 7 a 10 dias, o calázio pode necessitar de intervenção cirúrgica. Isso porque, a obstrução forma um granuloma que pode atrapalhar a visão de acordo com a quantidade de secreção sebácea acumulada.
Queiroz Neto recomenda ao primeiro sinal tanto de terçol como de calázio aplicar quatro vezes ao dia compressas mornas feitas com gaze e soro fisiológico durante quinze minutos. Caso não perceba melhora em dois dias é necessário consultar um oftalmologista para prescrição de antibiótico para terçol ou cirurgia do calázio. O especialista afirma que durante a noite a produção da camada aquoso da lágrima é menor. Por isso, é necessário fazer uma higienização cuidadosa da região dos olhos antes de ir dormir e pela manhã, de preferência com xampu neutro.
Prevenção para evitar doenças nas pálpebras
– Lave as pálpebras e base dos cílios com xampu de PH neutro, como os infantis
– Retire toda a maquiagem dos olhos antes de dormir
– Evite maquiar a borda interna das pálpebras
– Descarte as maquiagens vencidas
– Não compartilhe maquiagem e outros cosméticos
– Faça um exame de refração em caso de recidivas de calázio
– Combata a oleosidade da pele
Estresse pode contribuir
Existem estudos que mostram que o estresse aumenta a oleosidade da pele. E essa oleosidade da pele aumentada acaba por aumentar também a produção da oleosidade das glândulas de meibomius, que produzem o líquido que, se obstruído, pode fazer o aparecimento do terçol. Então pessoas que estão sob estresse elas tendem a produzir o terçol com mais facilidade, primeiro porque baixa a imunidade, segundo pelo aumento da produção dessa oleosidade.
Normalmente o terçol desaparece por conta própria e por isso, algumas pessoas dão pouca importância para o tratamento. Mas embora aparente algo simples, o terçol pode virar um problema sério, por isso é necessário procurar orientação médica assim que aparecer este processo inflamatório, para um diagnóstico adequado. “O terçol pode ser confundido com outras doenças, como uma conjuntivite e também uma canaliculite e só uma avaliação oftalmológica é que vai indicar o tratamento adequado”, explica o oftalmologista, Arthur Schaefer.
Um cuidado importante é evitar espremer o terçol, não usar maquiagens ou lentes de contato durante o período que a inflamação estiver ocorrendo, fazer limpezas diárias com soro fisiológico e manter a higiene das mãos.
O oftalmologista explica ainda que uma boa higiene é a melhor forma de prevenção quando se trata de um terçol. “Isto é especialmente importante no caso de recorrência. Doenças da pele, como rosácea ou blefarite, podem ser responsáveis pelo aparecimento de terçol recorrente e, nesse caso, é indicado a consulta com um dermatologista para que possa controlar a condição já existente e evitar a formação de terçol nos olhos”, explica Arthur Schaefer.