MARCELA RIBEIRO RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Com bom humor e leveza, Vera Holtz dĂ¡ risada quando lembra que ainda na infĂ¢ncia em TatuĂ, interior de SĂ£o Paulo, jĂ¡ tinha decidido que nĂ£o queria se casar. “Sou de 1952. A cobrança começa quando sua mĂ£e compra o primeiro percal, que Ă© o tecido para fazer enxoval. Ou entĂ£o quando ela separa os sacos de linho para bordar. Aprendi a bordar aos 6 anos para fazer o primeiro pano de prato, eu tenho esses panos atĂ© hoje… Com 12 anos jĂ¡ falei que nĂ£o queria casar, falei: ‘Pode dar meu enxoval’, mas jĂ¡ estava pronto”, recorda. “Trouxe o enxoval como uma grande relĂquia. Fico triste de usar meus lenĂ§Ă³is, os panos de pratos bordados com os dias da semana, tenho muito pudor em mexer nas minhas relĂquias, que hoje viraram uma obra de arte para mim”, completa. JĂ¡ adulta, Vera mudou de ideia e fez um casamento no folclore gaĂºcho com o diretor Caco Coelho. Eles ficaram juntos de 1985 a 1992, mas nĂ£o chegaram a casar oficialmente. “Uma vez tentei casar com o Caco, mas cheguei atĂ© a porta do cartĂ³rio em Copacabana e comecei a tremer. Fui ver como era o casamento, o que tinha que fazer para casar, a papelada que precisava. Pedi desculpas para o meu pai. O Caco sempre foi uma pessoa moderna, contemporĂ¢nea, entendeu e disse: ‘NĂ£o precisa casar, Vera. NĂ£o precisamos ter essa escolha'”, recorda. Apesar disso, a atriz conta que nĂ£o Ă© contra o matrimĂ´nio e entende as pessoas que sonham com isso. “Acho o recurso bacana, quem quiser case. Casamento Ă© isso, Ă© alguĂ©m que vocĂª escolhe para dividir a vida e ficar junto atĂ© o fim, viver esse tempo de espera. NĂ£o abro mĂ£o, se eu tiver que casar aos 80, 70, Ă³ que delĂcia.” Na vida real, a atriz optou por nĂ£o ter filhos, jĂ¡ na ficĂ§Ă£o ela em breve aparecerĂ¡ como mĂ£e de cinco mulheres: Elisabeta (Nathalia Dill), Jane (PĂ¢mela TomĂ©), Mariana (Chandelly Braz), CecĂlia (Anaju Dorigon) e LĂdia (Bruna GriphĂ£o), na prĂ³xima novela das 18h “Orgulho e PaixĂ£o”, que estreia no dia 20. Casada com Felisberto (Tato Gabus Mendes), a matriarca deseja arrumar um bom partido para cada uma delas. “As pessoas me cobravam filhos, mas sempre falei: ‘NĂ£o Ă© minha temĂ¡tica’. Sempre defendi muito as mulheres que nĂ£o queriam ter filho”, diz. Entre suas filhas na novela, Vera se identifica mais com Elisabeta, uma jovem libertĂ¡ria e a frente do seu tempo. “Sempre fui ambiciosa, nĂ£o saĂa de casa a passeio. NĂ£o sabia que as barreiras eram tĂ£o grandes. Para mim, o obstĂ¡culo que viesse na frente, eu pulava.”
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