SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Numa primeira tarde sem chuva e com o sol dando um tempo atrás das nuvens, a sétima edição do Lollapalooza Brasil teve suas atrações iniciais prestando homenagens à deputada Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no último dia 14 (leia abaixo) e uma movimentação tranquila do público pelo autódromo de Interlagos.
Enquanto esperava pelo grupo americano de rock Red Hot Chili Peppers e pelo DJ brasileiro Alok, principais nomes do primeiro dos três dias de evento, uma plateia extremamente jovem teve um cardápio variado.
Como pratos mais atraentes, o som dançante de LCD Soundsystem, o hip hop de Chance the Rapper e o rock pesado do Royal Blood.
Um dos principais trunfos do vocalista e cabeça do LCD Soundsystem, James Murphy, é o conhecimento enciclopédico da história da música pop. E essa característica apareceu logo no início da apresentação da banda.
A primeira faixa tocada foi “Daft Punk Is Playing at My House”, homenagem explícita à dupla francesa de eletrônica. A segunda, “I Can Change”, foi introduzida por um pequeno trecho de “Radioactivity”, do Kraftwerk. .
Foram duas referências que explicam bem a música roqueira, mas extremamente dançante feita pelo LCD Soindsystem. Se o rock e a dance música hoje andam de mãos dadas, James Murphy é um dos culpados.
Antes, em sua primeira passagem pelo Brasil, Chance the Rapper levou seu rap edificante, carregado de referências gospel, ao público do Lollapalooza.
“Eu quero ouvir vocês cantarem”, ele gritou. O pedido por animação foi constante, mas o público nem sempre acompanhou a empolgação mostrada no palco com pirotecnias e outras perfumarias visuais.
Uma das exceções foi quando Chance cantou “I’m the One”, parceira com Justin Bieber, presente no clipe exibido no telão.
Mais cedo, rock pesado. São apenas duas pessoas no palco no show do inglês Royal Blood, mas é como se o Led Zeppelin inteiro baixasse no cantor e baixista Mike Kerr e no baterista Ben Thatcher.
O show da dupla levou uma multidão a bater cabeça e abriu diante do palco a primeira “roda” desta edição do Lolla, com a moçada trocando empurrões animados.
BRASILEIROS
Logo depois do meio-dia, os brasileiros Nem Liminha Ouviu, Plutão Já Foi Planeta, Luneta Mágica, Selvagens à Procura de Lei e Vanguart fizeram shows diante de plateias pequenas.
Quem tentava ir do centro da cidade até Interlagos naquele momento levava mais de duas horas para vencer o trânsito pesado.
Às 14h30, dois shows simultâneos de artistas nacionais já tiveram público mais robusto.
No palco Budweiser, o rapper Rincon Sapiência mostrou a mistura de música africana, eletrônica e jamaicana que abordam a afrodescendência no Brasil, mote de seu álbum “Galanga Livre”. No telão, a imagem de Marielle.
No palco Axe, Mallu Magalhães fez um show fofinho, para uma galera adolescente que sabia todas as músicas e cantou junto. Apolítico, o show foi uma celebração. Mallu cantou para uma plateia que já ganhou há tempos.
estrangeiros
Entre os estrangeiros, o rock climático do Spoon não era nada ensolarado, e foi durante o show da banda texana que alguns pingos de chuva teimaram em cair. O vocalista Britt Daniel não parecia empolgado, e a banda seguia esse tom.
Dois shows de pop bem alegre foram emendados no fim de tarde. A dupla inglesa Oh Wonder e a cantora Zara Larsson –que, com apenas 20 anos, tem parcerias de gente grande, com David Guetta e MNEK– queriam colocar as pessoas para dançar. E conseguiram.
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