Normalmente usados para fazer gamelas, berimbaus e cuias de chimarrão – uma bebida quente feita de mate e muito comum na região Sul do Brasil – os frutos secos de porongo (ou cabaça) ganharam recentemente uma nova e inusitada utilidade: abrigar cinzas de cremação. Um crematório paranaense desenvolveu uma urna de cinzas feita de porongo para compor a linha de urnas sustentáveis que já possui.

A ideia é mostrar que a cremação é a forma mais sustentável de dizer adeus ao ente querido, explica Mylena Cooper, diretora do Crematório Vaticano. Ao cremar os restos mortais, a família sabe que não está prejudicando o meio ambiente e ainda tem a oportunidade de levar consigo as cinzas, que nada mais são do que carbono. As urnas feitas do fruto seco de porongo são decoradas com sementes, como de melancia e de olho de boi, bastante tradicionais no Brasil. Além disso, algumas são pintadas com tintas biodegradáveis que não prejudicam a natureza. Desta forma, se a família optar por enterrar a urna com as cinzas, sabe que estará fazendo uma homenagem ecologicamente correta, afirma Mylena.

Além da urna de porongo, o Crematório Vaticano também possui urnas de cinzas compostas de areia e papel machê. São alternativas sustentáveis, pois todas são biodegradáveis e algumas vêm acompanhadas de sementes da mata nativa para que sejam plantadas e as cinzas, servirem de adubo. Contamos ainda com uma urna especial em formato de concha que é hidrossolúvel. Ela facilita o espargimento das cinzas ao mar e se dissolve completamente em cinco minutos ao contato com a água, sem oferecer riscos aos animais marinhos, completa Mylena.