Programe-se para conferir três mostras imperdíveis que ficam até este domingo, 17/03, no Museu Oscar Niemeyer: Didonet Thomaz, Antonio Arney e Pierre Verger.

A visitação é de terça a domingo, das 10h às 18h, com acesso até 17h30. Os ingressos custam R$20,00 e R$10,00 (meia-entrada). Todas as quartas a entrada é gratuita. Maiores de 60 e menores de 12 anos têm entrada franca todos os dias de funcionamento.

Politopos Irregulares – Didonet Thomaz

Divulgação/MON

Didonet Thomaz tem uma longa trajetória como artista e pesquisadora das artes visuais. Com um trabalho denso e com muitos significados, a artista apresenta  “Politopos Irregulares”, com curadoria do professor Raúl Niño Bernal, do Departamento de Estética da Facultad de Arquitectura y Diseño, da Pontifícia Universidad Javeriana de Bogotá, Colômbia (2015-2018). Seus projetos de pesquisa e plano de trabalho foram mediados pelo artista visual e professor Hélio Fervenza, do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande Sul (2016-2018).

Nas palavras de Bernal, Politopos são bifurcações de trajetos ou desvios baseados na incerteza e no azar, que se reconstroem mentalmente e de maneira imaginária, com o exercício de traçar linhas de conexão sobre uma imagem. Ainda de acordo com a curadoria, nesta exposição é importante ressaltar o conceito de Politopos Irregulares, para aproximarmo-nos do indeterminado, do desconhecido.

O diálogo entre o curador e a artista Didonet Thomaz é apresentado em fragmentos de algumas mensagens de trabalho na linha do tempo, do estudo e da organização do seu “memorial de pesquisa: arquivo” e culminará com o texto curatorial (2015-2018), na antessala ou “sala da curadoria”, novidade em termos de exposição. Nela também estão expostos raciocínios que focam a origem do projeto Politopos Irregulares, desde o interior para o exterior da Casa Estrela no jardim circundante, “lugar primordial”, originariamente construída na Rua Dr. Zamenhoff, 65 (no bairro Alto da Glória, em Curitiba), antes e depois de haver sido desmontada (1998-2018). Incluem-se fascículos, catálogos (da 10ª Bienal do Mercosul), livros de leituras significativas, publicações decorrentes de pesquisa comunitária em arte, especificamente na Casa Estrela, em desuso, pesquisa que avançou com o nome de Politopos Irregulares, ao se iniciarem análises de amostras de resinas liberadas no tronco da Araucaria Columnaris; é quando novas morfologias em imagens são descobertas com achados, por exemplo, de ácaro.

Estruturas e Valores – Antonio Arney

Divulgação/MON

Com 93 anos, Antonio Arney realiza a mostra “Estruturas e Valores”, uma grande oportunidade de ver um verdadeiro mestre da arte paranaense, com mais de meio século de produção.

Suas pinturas com colagens em madeira herdam da arte construtiva e unificam elementos geométricos a materiais usados e de rejeitos, trazendo uma discussão atual sobre a sustentabilidade, arquitetura, memória. 

Com curadoria de Adolfo Montejo Navas e Eliane Prolik, a mostra é um mapa pictórico do artista autodidata um itinerário concentrado de 24 obras desde 1966 a 2018. Navas e Prolik comentam que o trabalho do artista é uma poética rara e de exceção que traz uma cosmovisão e incorporação de elementos heterodoxos. Ao mesmo tempo, abstrata e matérica, sua pesquisa se aprofunda em modulações, variações e provoca ou reinventa medidas, valores e estruturas do mundo.

Arney nasceu em 1926 (Piraquara – Paraná). Artista autodidata, aprendeu o ofício de marcenaria com seu pai. Sua longa trajetória profissional começou em Curitiba, desde o final dos anos 1950, com a participação no Círculo de Artes Plásticas.

Em seu currículo constam inúmeros prêmios, sendo oito premiações no Salão Paranaense. Participou de importantes mostras nacionais e internacionais como: I e II Panorama de Arte Atual Brasileira – MAM/SP (1969 e 1970); XI Bienal Internacional de São Paulo (1971); Brasil Plástica 72; I e III Salão Nacional de Artes Plásticas (1978 e 1980), no Rio de Janeiro.

Recentemente, realizou as individuais Estações, no MASAC (2015); Outra Coisa, no MuSA-UFPR (2016), e O Poeta e o Marceneiro, na Galeria Boiler (2016). Participa da mostra Luz e Matéria, com obras do acervo do MON, em Curitiba (2018). Em 2019, acontece a publicação do livro Comparações de Valores, sobre sua produção.

Pierre Verger

Foto Pierre Verger

Com curadoria de Alex Baradel e Marcelo Guarnieri, a exposição sobre o fotógrafo Pierre Verger (1902-1996) conta com aproximadamente 150 imagens e está dividida por núcleos que compreendem distintos momentos do seu trabalho, onde o público pode perceber toda a extensão historiográfica e fotográfica da obra de Verger pelo mundo.

Estão em exibição os primeiros vintages – impressão fotográfica realizada enquanto o autor era vivo; as fotografias para a imprensa francesa, feitas entre 1932-1934; o registro da Segunda Guerra Mundial; o Nordeste brasileiro; os cultos afro-brasileiros; a Segunda Guerra Sino-Japonesa, entre outras documentações.

Fotógrafo, etnólogo e antropólogo, Verger viveu parte da sua vida na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, inclusive com uma produção escrita significativa sobre esta cultura. Verger  transformou seu trabalho em um grande panorama dos cinco continentes, incluindo o Brasil, onde realizou uma profunda pesquisa.  

Serviço:

Exposições dos artistas Didonet Thomaz, Antonio Arney e Pierre Verger no MON

Até dia 17 de março de 2019, domingo

Museu Oscar Niemeyer

Terça a domingo, das 10h às 18h – acesso até 17h30

Ingressos: R$20,00 e R$10,00 (meia-entrada)

Rua Marechal Hermes, 999

Centro Cívico

www.museuoscarniemeyer.org.br