O presidente da Aerp (Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná), Michel Micheleto, afirma que o setor reagiu ao impacto causado pela pandemia e se recuperou após o susto nos primeiros meses de 2020. Michel, diretor-executivo da Banda B, comenta que muitas emissoras paranaenses tiveram que acelerar o processo de digitalização para driblar a onda da crise e – àquelas que perceberam rapidamente a necessidade de profissionalizar os processos comerciais – saíram na frente. Pesquisas apontam que, apesar da instabilidade do mercado, o Rádio vai muito bem obrigado: O tempo médio de consumo diário aumentou e os ouvintes (nesse período de isolamento social) perceberam que o rádio continua sendo uma ótima companhia. E aquela “velha” história que o Rádio poderia acabar com o advento das novas tecnologias? Bem, isso ficou mesmo no passado. “É o veículo mais atemporal e resiliente que existe entre os veículos de comunicação de massa”, ressalta Michel.

Michel Micheleto

#DIGITALIZAÇÃO       

Este ano foi desafiador para as emissoras de rádio. Da mesma forma que em outros setores, alguns processos foram forçadamente adiados, no que se aplica a digitalização das emissoras o processo foi exatamente o contrário. No nosso caso, se aplica a digitalização das emissoras por meio de plataformas de streaming, sites e plataformas de redes sociais. Além disto, houve uma necessidade de profissionalização dos processos comerciais. As emissoras que foram menos impactadas pela crise conseguiram resultados positivos graças a compreensão do mercado, relacionamento com o cliente, valorização da marca, venda técnica. As que se preocuparam apenas e dar desconto tiveram sérios problemas. A pandemia deixou ainda mais clara a diferença entre emissoras que investem em processos comerciais profissionais das que atuam no improviso. Na retomada as consequências serão claras, poderemos identificar com facilidade as emissoras que tiveram percepção do momento e evoluíram e as que ficaram presas a práticas comerciais ultrapassadas.

#RÁDIO ATEMPORAL

É importe ressaltar que não existe o velho rádio. Ele é o veículo mais atemporal e resiliente que existe entre os veículos de comunicação de massa. Na pesquisa 2019, divulgada pela Kantar Ibope Media, 83% da população das 13 regiões metropolitanas pesquisadas ouviam rádio, ou seja, três em cada cinco ouvintes, escutavam rádio todos os dias. Cada ouvinte passava cerca de 4h33 escutando rádio por dia. Na região sul, a média subia para 85%. Em 2020, 75% dos ouvintes afirmaram ouvir rádio com a mesma intensidade ou até mais após as medidas de isolamento social e 17% disseram ouvir muito mais rádio. O tempo de consumo do meio também aumentou de 4h33 para 4h41. Mudança também ocorreu em relação ao local de consumo. Em 2019, 23% dos entrevistados ouviam rádio no carro hoje são 18%, já as residências registravam 70% em 2019 e agora 78%.

#AVANÇO NA AUDIÊNCIA

O tempo médio diário de consumo de rádio por streaming é de 2h55, no mesmo período do ano passado eram 2h40. O que mostra um avanço positivo. O que podemos afirmar que o rádio seguramente terá vida longa, prova disto é o processo final de migração do AM-FM, a inclusão chip de rádio nos celulares produzidos no Brasil e elaboração de um novo marco legal para a radiodifusão, mais atualizado e de acordo com as necessidades do mercado.

#APOIO DA AERP

Desde o primeiro momento que tivemos conhecimento da pandemia, a Aerp adotou uma palavra de ordem: acolhimento. Compreendemos que os radiodifusores precisavam de apoio, por este motivo, criamos o Aerp Ao Vivo uma transmissão online onde durante todos os meses trouxemos profissionais de diversas áreas para dividir conhecimentos. A pedido dos associados, criamos o Aerp Laboratório de Ideias, um grupo de WhastsApp, onde os profissionais realizam uma valiosa troca de informações sobre ações que executam em suas emissoras e que estão tendo resultados positivos. Recentemente, lançamos o Aerp Business Talk, uma reunião online para tratar sobre mercado, pesquisas e descontos. As emissoras de Londrina foram as primeiras a participar, mas atenderemos sob demanda todas as cidades que solicitarem. Em resumo, mantivemos o proposto da Aerp: ser a principal referência para a radiodifusão paranaense e atuar como parceira do radiodifusor no enfrentamento dos seus desafios.