A Vivas, com unidades em São Paulo, Curitiba e Cascavel, teve um desempenho acelerado no início da pandemia, um pouco na contramão do mercado, desenvolvendo campanhas e ações para os clientes Grupo Marista, Paraná Clínicas e Secretaria de Saúde do Governo do Paraná, entre outros. Segundo o sócio-fundador da agência, Beto Vivas, o início de 2021 está sendo marcado por “um ponto de interrogação” por causa dos desdobramentos do coronavírus. Por outro lado, Vivas avalia que a crise exigiu mudanças e expandiu fronteiras: “Posso estar trabalhando em Curitiba, com uma equipe de criação que mora em Miami ou Lisboa, como já fizemos esse ano. Bem como ter mais unidades de atendimento em outras cidades do Brasil ou do exterior, com um custo mais baixo. A criatividade e competência estão menos dependentes da sua localização geográfica”. Para o líder criativo da agência, Fabrizio Pitz, a pandemia fez com que a criatividade fosse ainda mais valorizada pelos clientes. Ele reforça que “a boa propaganda é aquela que entrega boas ideias como solução. E boas ideias não tem formato”. E faz um alerta: “O digital é um meio inquestionável, mas me preocupa a onda do “matemarketing”. Marcas dando valor apenas para a eficiência dos dados e da performance, deixando de lado o poder da criatividade na construção de marcas.A A A Vivas, com unidades em São Paulo, Curitiba e Cascavel, teve um desempenho acelerado no início da pandemia, um pouco na contramão do mercado, desenvolvendo campanhas e ações para os clientes Grupo Marista, Paraná Clínicas e Secretaria de Saúde do Governo do Paraná, entre outros. Segundo o sócio-fundador da agência, Beto Vivas, o início de 2021 está sendo marcado por “um ponto de interrogação” por causa dos desdobramentos do coronavírus. Por outro lado, Vivas avalia que a crise exigiu mudanças e expandiu fronteiras: “Posso estar trabalhando em Curitiba, com uma equipe de criação que mora em Miami ou Lisboa, como já fizemos esse ano. Bem como ter mais unidades de atendimento em outras cidades do Brasil ou do exterior, com um custo mais baixo. A criatividade e competência estão menos dependentes da sua localização geográfica”. Para o líder criativo da agência, Fabrizio Pitz, a pandemia fez com que a criatividade fosse ainda mais valorizada pelos clientes. Ele reforça que “a boa propaganda é aquela que entrega boas ideias como solução. E boas ideias não tem formato”. E faz um alerta: “O digital é um meio inquestionável, mas me preocupa a onda do “matemarketing”. Marcas dando valor apenas para a eficiência dos dados e da performance, deixando de lado o poder da criatividade na construção de marcas. Números não contam histórias”. Beto e Fabrizio falaram, com exclusividade, para o Blog. Acompanhe:

Beto Vivas

#BEAT ACELERADO

Beto Vivas: Tivemos um primeiro semestre muito bom, acima das expectativas, pois muitos clientes tiveram que acelerar a sua transformação digital e contaram com a agência para atingir rapidamente esse intuito. Atendemos uma rede de escolas em todo o Brasil, o Grupo Marista. Atendemos um plano de saúde, a Paraná Clínicas. Duas atividades que tiverem que mudar completamente com a pandemia, migrando para o online necessariamente.  Também atendemos a Secretaria de Saúde do Governo do Paraná, e fizemos toda a primeira campanha de prevenção do Coronavírus. Trabalho intenso, já em home office, e tudo com a urgência que que a pandemia pedia. E a agência online do nosso grupo, a Hubox, atende a rede Festval de Supermercados, uma atividade essencial que também passou a se digitalizar em uma velocidade maior. Isso é, como clientes, tínhamos um grupo de ensino, um plano e saúde, uma Secretaria de Governo de Saúde e uma rede de supermercados. Além da Sabesp, responsável por um bem essencial e fundamental na pandemia: água. Todos os nossos clientes, não só os citados, necessitaram em maior ou menor grau, inovar e gerar novas formas de se comunicar urgentemente. Isso gerou mais trabalho para a agência e consequentemente, receita. Porém, no segundo semestre, com a falta de perspectivas, a continuidade da pandemia e uma falta de luz no fim do túnel, fizeram alguns clientes puxarem o freio de mão por insegurança em relação ao primeiro semestre desse ano ou mesmo adiar novos projetos. Portanto, no primeiro semestre aturamos mais do que o planejado e no segundo semestre menos. E o início desse ano, ainda vemos como um ponto de interrogação. Pois ainda somos pautados pela pandemia, com o seu recrudescimento e a indefinição em relação a velocidade e cobertura de vacinação.  

#HOME OFFICE

Vivas: Em relação aos novos processos, eles foram necessários e fundamentais. Fomos uma das primeiras agências a migrar totalmente para o home office. Fizemos isso em uma sexta-feira 13, em março de 2020. De uma hora para outra, passamos a trabalhar online, na marra, nos adaptarmos, e mudar todo o gerenciamento da agência. O primeiro mês foi sofrido, mas depois – graças a resiliência e disposição da equipe – estávamos adaptados e o modelo assim continuou e não voltará a ser como antes, com todos no mesmo espaço. Nunca mais. Tem funções que não fazem mesmo mais sentido serem presenciais. Quase todas, na verdade. Vejo a agência, com o fim da pandemia, como uma espécie de coworking, onde as equipes se encontram para início e pontapé inicial de um projeto e/ou campanha, e depois no fechamento. Mas trabalhando virtualmente durante a execução. O que já era bem comum em algumas áreas de tecnologia. Por incrível que pareça, quem mais sentiu e teve mais dificuldade e resistência foram os nativos digitais, os mais jovens. Pois essa é uma fase de “ir para a vida”, fazer novas relações, aprender com a troca. Ou seja, não é uma questão tecnológica nem de métodos, mas humana. 

Fabrizio Pitz

#CONSTRUINDO MARCAS

Fabricio Pitz: Eu acredito na criatividade e na verdade para construir marcas. Ninguém se diferencia contando a mesma história que todo mundo conta. Boas ideias criam a originalidade de uma marca. Já a verdade é o que todos querem ouvir. Marcas são pessoas jurídicas apenas no CNPJ. Na comunicação, elas se tornaram pessoas físicas. Por isso, precisam se posicionar sobre temas relevantes da sociedade. Precisam ter lado, ser empáticas, ser cidadãs. É oferecer mais do que seus produtos ou serviços, é ser relevante na vida das pessoas. Nosso trabalho é ajudar marcas a potencializarem a sua essência e, com criatividade, fazer parte da vida das pessoas.

#MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

Vivas: Continuo vendo que a questão é mais comportamental do que tecnológica. Ferramentas e softwares de gestão de agência, de videoconferências, entre outras, são quase commodities, com várias opções no mercado. O que mudou é a forma de trabalhar. Inclusive e talvez principalmente nos clientes também. Antes pedir uma reunião online dava a impressão que a agência não estava atendendo tão bem, de ser um tipo de preguiça e falta de vontade de atender o cliente, se deslocar, ir até ele. Hoje isso mudou. Para os dois lados. Em cidades como São Paulo, de trânsito pesado e longas distâncias, muitas vezes o tempo de deslocamento era maior do que o da reunião em si. E às vezes para tratar um assunto corriqueiro que uma call de 15 minutos resolveria. Mas os clientes viam isso como falta de atenção, hoje não mais. A produtividade aumentou. Mas talvez a criatividade tenha diminuído. Ficamos muito práticos e a “faísca” da grande ideia, que geralmente nasce da troca, do convívio, do insight na pausa para o café, fica um pouco mais difícil.

#BOA PROPAGANDA

Pitz: A boa publicidade sempre se adapta a qualquer momento. Vale reforçar que publicidade ou propaganda não significa mais apenas mídia off. A boa propaganda é aquela que entrega boas ideias como solução. E boas ideias não tem formato. O digital é um meio inquestionável, mas me preocupa a onda do “matemarketing”. Marcas dando valor apenas para a eficiência dos dados e da performance, deixando de lado o poder da criatividade na construção de marcas. Números não contam histórias. A pandemia, por incrível que pareça, fez os clientes voltarem a valorizar mais a criação. Com a diminuição de atividades meio para atividades fim na propaganda. Os clientes querem falar diretamente com os criativos, até mesmo devido a urgência e a necessidade de serem assertivos com uma comunicação diferenciada, que precisou de constantes adequações de mensagens durante todo o ano. 

#ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

Vivas: Vejo com otimismo as possibilidades futuras e os ensinamentos que a pandemia nos tirou ao passarmos a trabalhar mais virtualmente. Como uma agência de origem regional, era mais difícil acessar contas nacionais, que estão mais centralizadas em São Paulo. Por isso, demos um passo de abrir a nossa unidade em São Paulo há 6 anos. Mas com um mundo online, o que é regional? Posso estar trabalhando em Curitiba, com uma equipe de criação que mora em Miami ou Lisboa, como já fizemos esse ano. Bem como ter mais unidades de atendimento em outras cidades do Brasil ou do exterior, com um custo mais baixo. A criatividade e competência estão menos dependentes da sua localização geográfica. Profissionais podem, por exemplo, mudar de cidade e continuar trabalhando fixos em uma agência. Usando como referência o título de um livro clássico, definitivamente é um “admirável mundo novo”. E como tudo que se transforma em novo radicalmente, por pressão externa, como no caso do coronavírus, a adaptação virá com ônus e bônus. Pois não necessariamente todas as mudanças – mesmo que positivas – vieram por uma escolha, mas por uma necessidade.