Atualizado: 12/03, às 17 horas.

No entanto, decisão de autoridades públicas, como a adotada recentemente em Brasília, pode modificar este cenário

As quatro principais maratonas do Brasil do primeiro semestre, agendadas entre abril e junho, confirmam a realização de suas provas nas datas estabelecidas. Não escondem, no entanto, que uma orientação das autoridades de saúde pode mudar todo o cenário. Previstas para os próximos três meses, as provas batem com um possível surto do Coronavírus no Brasil, segundo especialistas e o histórico da doença. A Maratona Internacional de São Paulo está agendada para 5 de abril; em 31 de maio, acontece a Maratona de Porto Alegre; e, em 14 de junho, ocorrem tanto a Maratona do Rio quanto a Maratona de Floripa.

O receio de cancelamento ou adiamento das provas vem na esteira do que tem ocorrido no mundo, especialmente pelo fato de os grandes eventos esportivos resultarem na aglomeração de pessoas, o que contribuiria para a disseminação do vírus.

Somente nesta semana, o jogo entre PSG e Borussia Dortmund em Paris, pela Liga dos Campeões da Europa, teve portões fechados; duas partidas das oitavas de final da Liga Europa foram adiadas; a NBA suspendeu a temporada por período indeterminado; e os jogos do Brasil pelas duas primeiras rodadas da Eliminatória para a Copa do Mundo ((27 e 31 de março) foram adiados.

No universo da corrida de rua, a situação não seria diferente. A Maratona de Rotterdam, prevista para 5 de abril, foi adiada – ainda sem data definida; a de Hamburgo procura uma nova data – estava agendada para 19 de abril; a de Viena, que esperava 45 mil pessoas, foi cancelada. As Meias Maratonas de Praga e Lisboa, que integram as “Super Halfs”, foram adiadas. A de Boston (20 de abril) está com um espaço de atualizações sobre o Coronavírus em seu site: segue confirmada por ora.

A situação também já chegou ao Brasil. A Meia das Torres, agendada para 15 de março em Brasília, foi cancelada – a organização já afirmou que enviará informações para reembolso. Na tarde desta quinta-feira (12), os 10 km da Tribuna (considerada a segunda maior prova do Brasil), que estava marcado para 17 de maio, foi adiado para 15 de novembro. De acordo com a organização, o adiamento visa reduzir a propagação do vírus

Veja o posicionamento das quatro maratonas:

Maratona Internacional de São Paulo – De acordo com a assessoria de imprensa da Yescom, a organizadora do evento, todas as atividades e a programação relacionada estão mantidas, embora afirmem que “estão acompanhando” a evolução da doença no país. EDITADO: prova adiada em 14/03 para o segundo semestre.

Maratona de Porto AlegreO pronunciamento oficial do Clube dos Corredores de Porto Alegre, organizador da Maratona, é de “que a realização da 37ª Maratona Internacional de Porto Alegre está confirmada”. A organização afirma ainda que está “monitorando cuidadosamente todas as informações e atualizações relacionadas ao Coronavírus. Para garantirmos aos participantes do evento a maior segurança possível, tomaremos todas as medidas preventivas divulgadas pelos órgãos públicos”.

Maratona do RioEm nota enviada por e-mail, a organização da Maratona do Rio afirma que “seguirá as orientações da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, e esclarece que, segundo os órgãos competentes, até o momento não há qualquer sinalização dos mesmos para cancelamento ou mudança das datas do festival de corrida”. A nota continua: “o evento segue com o calendário anunciado e acontecerá entre os dias 11 a 14 de junho de 2020. A organização reitera que segue acompanhando de perto os desdobramentos do Coronavírus no Estado do Rio de Janeiro”. 

Maratona de FloripaA Norte MKT, responsável pela organização, afirmou que a diretoria da empresa está conversando para entender o que vai ser feito. Mas, por ora, a prova está mantida.

Opinião

Se você ainda não está inscrito nessas provas, minha sugestão é que aguarde ao menos até o fim do março para tomar uma decisão. Oficialmente, os comunicados são de que as provas estão mantidas, mas uma decisão do governo pode proibir grandes aglomerações de pessoas, como a que ocorreu em Brasília e em vários locais do mundo.

Em Seattle, nos Estados Unidos, foram vetados encontros que reúnam mais de 250 pessoas; na Alemanha, o adiamento da Maratona de Hamburgo se deve ao veto a reuniões de mais de 1 mil pessoas até 30 de abril; sem contar, obviamente, o estado de quarentena da Itália, que fechou lojas e obrigou as pessoas a permanecerem em suas casas, limitando até mesmo quem está autorizado a ir ao mercado.