Divulgação/Vfl-wolfsburg.de – Grafite no Wolfsburg: ele valia 11 milhões de euros

Em 2009, o Athletico decidiu fazer uma aposta em dois jogadores baratos. O clube contratou os atacantes Brasão e Zulu, por valores que podem ser descritos como ‘praticamente de graça’. Além dos baixos salários, o custo de aquisição foi irrelevante.

Naquela época, um comentarista esportivo paranaense ficou revoltado com as contratações e ‘cuspiu fogo’ no ar, durante um programa de rádio. Ele chegou a afirmar que se o Athletico não tivesse gasto com Brasão e Zulu poderia contratar Grafite.

Na ocasião, em 2009, Grafite era o artilheiro do Campeonato Alemão, com 28 gols. E conquistou o título daquela temporada com Wolsfburg, formando uma dupla épica com Dzeko (hoje na Roma).

O valor de mercado de Grafite em 2009 chegou a 11 milhões de euros, segundo o site Transfermarkt. Era uma valorização natural, já que o clube alemão comprou o jogador em 2007 por 7,5 milhões de euros.

Mesmo em 2009, todas essas informações eram facilmente encontradas na internet. Apesar dessa facilidade, o comentarista esportivo decidiu apelar para o sensacionalismo e cometer uma gafe de 11 milhões de euros.

QUANTO MAIS IDIOTA MELHOR
A gafe, porém, passou impune. O comentário não provocou reação nenhuma, apesar da fama do cronista esportivo e da grande audiência da rádio. Fiquei chocado com a passividade do futebol paranaense diante um momento tão constrangedor.

O episódio me fez refletir sobre o funcionamento da imprensa esportiva. Fiquei pensando como é raro ganharem grande repercussão matérias bem escritas e boas análises. E como somos bombardeados o tempo inteiro por comentários estúpidos, desinformação e sensacionalismo barato. Cheguei à conclusão que a regra é “quanto mais idiota melhor”.

ESPERANÇA
Apesar das notícias tristes, os honestos e capazes precisam continuar lutando. É a única esperança.

Em relação ao jornalismo esportivo paranaense, temos luzes surgindo no fim do túnel. Uma delas é o canal De Olho no Jogo, dos jornalistas Guilherme de Paula, Daniel Piva e André Frehse Ribas. O bate-papo da última terça-feira (dia 28) com o professor Medina foi um exemplo de informação em alto nível. Que o trio siga firme nesse projeto e que outros jornalistas se inspirem na ideia.