Defesa Civil

O operário João Luiz Kubis, 41 anos, que foi soterrado no aterro sanitário no bairro Santa Terezinha, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, foi encontrado morto na tarde desta terça-(27), segundo informações da Defesa Civil do município. A vítima foi encontrada após três dias de buscas. Cubis operava a retroescavadeira de uma empresa terceirizada de construção civil, que presta serviço ao local. Ele caiu com o maquinário em um barranco. 

O trabalhador deixa dois filhos. O localização exata onde o corpo foi encontrado ainda não foi divulgado.

O local é de risco, com poças de chorume e muitos gases. A Defesa Civil informou que os dejetos deslizaram e soterraram a estrada que passa no local e parte da área de mata que fica do outro lado da via.  

A empresa Estre Ambiental, responsável pelo aterro, informou que houve um “descolamento de talude em seu aterro sanitário” e que acionou o Corpo de Bombeiros e as demais autoridades responsáveis, que se deslocaram para atendimento à ocorrência. A Prefeitura de Fazenda Rio Grande também informou que acompanha as buscas e que disponibilizou máquinas para a operação.

A empresa também divulgou uma nova nota na tarde desta segunda:

“A Estre lamenta informar que o colaborador terceirizado de 42 anos, desaparecido desde a brusca ocorrência em seu aterro sanitário da Fazenda Rio Grande, foi encontrado esta tarde (27), sem vida, pelo Corpo de Bombeiros. 

A Estre recebe a notícia com imensa tristeza, dado que a equipe é um de seus patrimônios inegociáveis e base de sustentação do negócio, e estende e compartilha as suas condolências aos familiares e amigos do profissional, a quem continuará prestando a assistência necessária. O trabalhador atuava em uma obra no aterro, quando, no último sábado (25), infelizmente, ocorreu um deslizamento abrupto de resíduos secos na face oeste. 

No monitoramento geotécnico foi detectado um ponto de atenção, tendo a área do deslocamento sido isolada para obra de reforço estrutural, conduzida com o apoio de empresas contratadas, não havendo qualquer operação de aterramento de resíduos na área no momento dessa ocorrência. A equipe de operações já tinha sido deslocada para o lado oposto do aterro (face leste). 

Um laudo preliminar elaborado pela perícia externa, contendo um primeiro diagnóstico geotécnico do ocorrido, indicou como provável causa a conjunção de três fatores: (1) chuvas intensas e acima do padrão observadas em junho; (2) o acúmulo de gases pela contração e umidificação das coberturas das camadas superiores; e (3) recalque diferencial (afundamento) por aumento de peso dos resíduos devido ao fluxo de água no interior do maciço (lixiviação), potencializado no centro desse flanco. Segundo o mesmo laudo, os dispositivos de registro, medição, monitoramento, alerta e reporte sobre a estrutura do aterro estavam funcionando dentro dos parâmetros recomendados pelos órgãos competentes. O laudo também confirma a condição de segurança da face leste do aterro, no lado oposto ao sinistro, onde encontra-se a atual frente de operações. 

As medidas imediatas de contenção do impacto desse deslizamento de resíduos na face oeste do aterro estão sendo adotadas desde o último sábado. O aterro da Estre possui licença operacional vigente, expedida pelo IAT – Instituto Água e Terra, e está cumprindo todas as condicionantes previstas na licença. Aproximadamente 90% do volume do aterro é proveniente da coleta de resíduos sólidos urbanos do Consórcio CONRESOL (23 municípios da Região Metropolitana de Curitiba). 

A Estre e seus representantes estão profundamente abalados pelo ocorrido, e farão o que estiver ao seu alcance para apoiar a família da vítima, investigar eventuais responsabilidades e contribuir com as autoridades na confirmação das causas do evento e das medidas de remediação”.