Dálie Felberg/Alep – Goura (PDT): uma política de alianças neste momento não tem o tempo necessário para que seja construída de forma transparente

O deputado estadual e candidato do PDT à prefeitura de Curitiba, Goura Nataraj, afirmou hoje não haver mais tempo para a formação de uma “frente progressista”, unindo os partidos de oposição na Capital paranaense, mas deixou a porta aberta para uma união dessas forças em um eventual segundo turno da eleição. Desde sábado, quando foi escolhido para substituir o deputado federal e ex-prefeito Gustavo Fruet, como candidato do PDT, Goura vem sendo cotado para assumir a liderança de legendas que fazem oposição ao atual prefeito Rafael Greca (DEM), candidato à reeleição.

Segundo essa articulação de bastidores, a frente poderia reunir PDT, MDB, PT, PC do B e PSOL, como reposta à união de partidos de centro-direita em torno de Greca – após a desistência de Ney Leprevost (PSD), Luciano Ducci (PSB) e Luizão Goulart (Repub) em favor do atual prefeito, além da candidatura do deputado estadual Fernando Francischini (PSL), que conta com o apoio do PSDB. Na nota, porém, Goura afirma que essa união seria uma estratégia para fortalecer as forças progressistas que fazem oposição tanto a Greca, quanto aos governos Ratinho Jr e Jair Bolsonaro. Mas que como essa possibilidade só surgiu às vésperas do prazo final para as convenções, que termina na quarta-feira, não haveria viabilidade para compor essa coligação.

“Em meio às dificuldades, principalmente pelo tempo exíguo, de se costurar uma aliança para a formação de uma Frente Ampla Progressista para disputar essa eleição contra o candidato do sistema, quero deixar claro a importância de somarmos os esforços na defesa de políticas públicas que beneficiem o todo da sociedade e não apenas poucos privilegiados”, afirma Goura.

O deputado sinaliza que esse esforço das forças oposicionistas pode ocorrer mesmo sem coligação formal no primeiro turno. “Estamos todos nós do mesmo lado contra os representantes do atraso, do ódio e da violência. E assim devemos continuar nesta disputa eleitoral. Sempre respeitando os espaços e os princípios dos partidos de forma independente e coerente”, disse.

“Sendo assim, quero deixar claro que uma política de alianças neste momento não tem o tempo necessário para que seja construída de forma transparente, ética e representativa de todas as forças envolvidas neste processo. Isso deverá se dar ao longo da campanha e na batalha para que tenhamos um segundo turno nestas eleições municipais”, defendeu ele.

O PT deve confirmar hoje a candidatura do professor de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paulo Oputzka para a prefeitura da Capital. PCdo B lançou Camila Lanes, e o PSOL, Leticia Lanz. O MDB só deve decidir até quarta-feira.