Pedro Ribas/SMCS – Greca: “É demagógico

O prefeito Rafael Greca (PMN) garantiu hoje, durante cerimônia de entrega de seis novos ônibus do transporte coletivo de Curitiba, na Câmara Municipal, que em 15 dias serão apresentados os resultados de uma auditoria no sistema de bilhetagem eletrônica do sistema. “Não há caixa-preta na Urbs”, assegurou Greca, que aproveitou para criticar duramente parlamentares de oposição que pediram na Justiça a suspensão do aumento da tarifa de R$ 4,25 para R$ 4,50.

“A tarifa não é um ativo político. É demagógico, cretino e muito contrário ao interesse público da cidade se insurgir contra o preço da tarifa, não há caixa-preta na Urbs, está tudo na internet”, atacou ele. “O gesto do deputado Goura (e ex-vereador pelo PDT) de pedir a um juiz federal que anunciasse pela (rádio) CBN a suspensão do aumento da tarifa, nos deu um prejuízo no Fundo de Urbanização de Curitiba de R$ 317 mil. É dinheiro suficiente para pagar a troca da plataforma de mais um terminal”, disse o prefeito, sobre a ação na Justiça de Goura e da vereadora Professora Josete (PT) contra o aumento.

“O dia de hoje é histórico em Curitiba. Estamos entregando mais 6 ônibus biarticulados, cada um com capacidade para 250 passageiros, perfazendo 163 veículos novos, desde que recomeçamos a renovar a frota que havia ficado sucateada por decisão política do meu antecessor, entre 2013 a 2017”, declarou o prefeito. Os novos ônibus foram comprados pela fabricante Scania, “que ofereceu menor preço”, explicou Greca.

Ele falou ainda do subsídio de R$ 50 milhões para a tarifa social – com mais R$ 40 milhões do Estado – que subiu de R$ 4,25 para R$ 4,50, enquanto a tarifa técnica foi fixada em R$ 4,79, e criticou a oposição por contestar o aumento.

Greca pediu apoio ainda para o projeto de lei que tramita na Câmara que pretende extinguir a função de cobrador. “Nós só podemos interferir na tarifa naquilo que diz respeito ao município, por isso a minha mensagem aqui dizendo que cobradores custam R$ 0,80 na tarifa e que querer mantê-los custará também para a cidade R$ 0,80 centavos a mais na tarifa técnica”, argumentou. Para o prefeito, a bilhetagem eletrônica permitirá o uso do transporte por tempo, “as tarifas diferenciadas localizadas no entorno das ruas da cidadania, com a modernização que é essencial a todas as cidade do mundo”. Já sobre os cobradores, concluiu que “o aproveitamento dos funcionários deve ser resolvido pelas empresas, com a requalificação”.

Transparência – Após a entrega dos ônibus, a sessão plenária foi retomada. Professora Josete (PT) rebateu algumas informações fornecidas pelo prefeito. Para ela, não há transparência nos valores que são praticados pra compor a tarifa e isso é um problema de “décadas”. “Qualquer vereador que tome medidas ou suba à tribuna pra trazer esses elementos pra debate está exercendo sua função, que é de fiscalização. E digo mais, trazer aqui ônibus pra frente da Câmara de Curitiba e parar o trânsito pra dizer que foi benesse do prefeito acho que é uma tremenda hipocrisia, porque o usuário é que paga a frota. Dentro da tarifa já está o valor que é destinado pra compra da frota. Isso está no contrato, quem paga a conta é usuário. É pão e circo o que acontece”, disse.

A vereadora citou número dos autos de um acordo feito na Justiça entre o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) e a Urbs para encerrar diversas ações protocoladas pelas empresas de ônibus contra a Urbs e renovar a frota que estava congelada há 4 anos. “Até o acordo, estava sendo praticado um desconto no valor repassado às empresas por conta da não renovação da frota. Estamos falando de um contrato que está sub judice (em julgamento), questionado pelo próprio Ministério Público do Paraná porque há fortes indícios de irregularidades no processo licitatório e de cartelização poque as empresas que ganharam a licitação foram as que já operavam o sistema”, apontou.

Na Assembleia, o deputado Goura também rebateu as declarações do prefeito. “È preciso lembrar ao prefeito que nossa ação na Justiça se baseou na pendência de fatos gravíssimos levantados pelo Ministério Público”, disse ele. “Queremos a suspensão de qualquer aumento até que seja julgada a ação civil pública proposta pelo MP em agosto de 2018, após a operação Riquixá”, lembrou Goura, apontando que na ação, o MP pede a anulação da concorrência pública e do contrato entre a prefeitura e as empresas de transporte.