Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ex-governador Beto Richa (PSDB) deve ser candidato avulso ao Senado, em “acordo branco” com o pré-candidato ao governo, deputado estadual Ratinho Júnior (PSD). A previsão é do deputado federal e ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), que considerou a ausência de Richa na convenção conjunta do PROS/PMB – que apoiam a pré-candidatura à reeleição da governadora Cida Borghetti (PP) como um sinal de que o PSDB não pretende apoiá-la. Barros – que é marido da governadora e principal articulador da pré-candidatura de Cida afirma que Richa pretende ter apoio de vários partidos para a disputa pelo Senado, e por isso, não deve se comprometer oficialmente com nenhum dos pré-candidatos ao Palácio Iguaçu. 

"O governador deixou o governo e até o presente momento nunca declarou apoio à candidatura da governadora Cida Borghetti. Nós não temos nenhuma manifestação pública do PSDB de que quer a aliança. Sempre alega que decidirá na convenção. Nós tivemos o início das convenções no sábado. O governador não compareceu à convenção do PROS e do PMB, nem mandou alguém para propor o seu nome como sendo apoiado por esses partidos que estão na aliança com a governadora. E o (Ademar) Traiano (presidente da Assembleia Legislativa e dirigente do PSDB estadual) foi na convenção do Ratinho (Jr). Até então nós tínhamos um não apoio à governadora. E agora nós temos uma manifestação clara que o PSDB não deseja estar conosco”, disse Barros. “O fato dele estar ausente nas convenções dos partidos que formam a aliança que seria a aliança que ele deveria participar é um fato. Nós pretendemos manter a coligação que está proposta em torno da governadora Cida Borghetti”, explicou o deputado.

“O governador Beto Richa já deu declarações de que quer ser candidato avulso. Ratinho Jr também não lança senador para um eventual acordo branco com o governador Beto Richa. É o quadro que está formado”, afirmou o ex-ministro. “Nós teremos chapa pura e completa. Dois senadores. Vamos à campanha”, garantiu.

Barros admitiu ainda que Richa e seu grupo trabalham para atrair o apoio do DEM e do PSB, que inicialmente haviam assumido compromisso com Cida. “Percebe-se que há esse esforço para tirar esses partidos da aliança da governadora”, disse. “O governador, ao escolher a candidatura avulsa ele deve ter ponderado que poderá ter apoio de todas as frentes. De fato ele colocou pessoas a apoiar o Osmar Dias desde o início, a apoiar o Ratinho. Acho que ele pensa em ser um candidato suprapartidário, de uma ampla frente. De fato ele tem apoios de prefeitos, deputados de todos os partidos”, afirmou Barros.

Richa queria que Cida não lançasse o deputado federal Alex Canziani (PTB) como segundo candidato ao Senado, o que falicitaria sua própria eleição. Ele chegou a defender a indicação de Canziani para candidato a vice da governadora, mas a proposta não foi aceita. Duas vagas para senador estão em disputa nas eleições deste ano. 

Já Ratinho Júnior (PSD) – que havia sinalizado lançar os deputados federais Hidekazu Takayama (PSC) e Fernando Francischini (PSL) como candidatos a senador – não oficializou nenhuma candidatura na convenção do PSD de sábado.