As cotas reduzidas, que permitem que o cidadão comum também invista no mercado imobiliário, se apresentam como principal ponto positivo da modalidade 

Diferente de outros países, como os Estados Unidos, onde a renda de diversas famílias é baseada em ações, o campo de investimentos nunca fez parte da cultura do brasileiro de classe média. Entretanto, com o avanço da tecnologia, presenciamos uma grande aceleração de possibilidades para o público comum, abrindo um leque cada vez mais seguro, dinâmico e acessível a todos. 

Recentemente regulamentado no Brasil, o financiamento coletivo surge como uma forte tendência para os investidores a fim de estimular a captação de recursos para diversos setores, entre eles o imobiliário. “O crowdfunding imobiliário possibilita que qualquer cidadão invista nesse mercado”, afirma Pedro Salanek, administrador e professor de Finanças do ISAE Escola de Negócios. Segundo o especialista, o setor imobiliário era antes direcionado apenas aos grandes investidores, devido aos altos valores das cotas de participação. Agora, as cotas reduzidas se apresentam como principal ponto positivo da modalidade. 

Mas se, antes do crowdfunding imobiliário, os Fundos de Investimentos Imobiliários já ofereciam cotas baixas, de apenas R$ 100, por que essa modalidade de financiamento está se tornando tendência? Pedro Salanek explica. “No crowdfunding imobiliário a autonomia é maior, visto que a escolha do empreendimento é feita diretamente pelo investidor, enquanto que nos fundos é o agente que efetua a escolha dos projetos”, explica. Outro fator apontado pelo especialista é a maior rentabilidade do modelo, podendo contemplar, em média, o dobro do percentual de retorno.

 Ainda assim, é importante estar atento aos riscos deste tipo de investimento. “Antes de investir, recomenda-se buscar informações sobre o projeto, desde a localização, finalidade, público-alvo, prazo e taxa de retorno, entre outras, para analisar se o empreendimento será ou não de sucesso”, conta. A baixa liquidez de alguns empreendimentos também pode ser classificada como um dos riscos. “Para a segurança do investidor, ele deve verificar se o crowdfunding está registrado. Geralmente os empreendimentos ficam disponíveis aos investidores em plataformas e aplicativos específicos”, diz. 

O recente aquecimento do setor imobiliário é um forte ponto para estimular os investidores a buscar este mercado como alternativa. Porém, vale sempre lembrar que não é indicado ter apenas uma única alternativa de investimento. “Quando pensamos em investimentos como geração de renda, a gente nunca deve colocar todos os ovos na mesma cesta. O indicado é buscar compor um cenário ideal de rentabilização, mesclando investimentos de baixo, médio e alto risco”, complementa Pedro Salanek.