Eles são obrigatórios na traseira dos carros, motos, caminhões e ônibus. Por ser itens de segurança, os retrorrefletores ou olhos-de-gato têm capítulo específico na resolução 227 do Contran, que trata dos sistemas de iluminação dos veículos. Como não produzem luz própria, esses elementos sinalizam o carro rebatendo o facho dos faróis.

“Eles são formados por uma série de pequenos prismas. A luz entra em cada um deles e volta por causa do chamado fenômeno da reflexão total”, afirma Otávio Mattos, especialista em óptica da Valeo, fabricante de faróis e lanternas para veículos.

“Isso ocorre porque a velocidade da luz é alterada quando ela sai do ar e atravessa outro meio”, afirma Mattos, referindo-se ao plástico transparente dos refletivos. Com esse tipo de construção, esses componentes não dependem de superfícies espelhadas ou metalizadas, só da luz dos faróis que se aproximam.

Embora o princípio seja relativamente simples, integrá-los nas lanternas traseiras requer muita tecnologia. “Nesse caso, os olhos-de-gato estão em superfícies curvas e ainda assim têm de refletir a luz sempre para trás. Em todo o mundo, apenas duas empresas, uma canadense e outra alemã, dominam esse know-how”, explica Mattos.

Itens de fábrica – Todo carro precisa ter dois olhos-de-gato na traseira. A cor vermelha é obrigatória e eles não podem ficar a menos de 25 centímetros do chão nem acima de 90 cm. A distância entre ambos também não deve ser menor do que 60 cm. Podem estar integrados à lanterna ou sozinhos, no para-choque, por exemplo.

Para cumprir seu papel de segurança, eles precisam estar numa parte fixa da carroceria.

Isso porque, se estivessem numa tampa de porta-malas aberta, por exemplo, deixariam de refletir a luz. Pelo código de trânsito, eles têm de ter a parte externa lisa para facilitar a limpeza.

Os triângulos de sinalização, aqueles obrigatórios como o macaco e o estepe, também utilizam pequenos prismas para refletir a luz dos faróis.