
Iniciativas apoiadas pelo Programa Petrobras Socioambiental prometem fortalecer ações climáticas, restauração ecológica e políticas públicas ambientais em Curitiba, Araucária e no litoral norte do Paraná.
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) está entre as instituições apoiadas para executar um projeto socioambiental estratégico no Paraná, com apoio do Programa Petrobras Socioambiental. A Refinaria Presidente Vargas (Repar) sediou, dia 28 de maio, um evento de assinatura simbólica deste e de outros projetos selecionados por meio do Programa.
Na ocasião, estiveram presentes o gerente-executivo de Responsabilidade Social, José Maria Rangel, o gerente geral da Repar, Felipe Leonardo Gomes, representantes dos projetos e da comunidade, além do poder público de municípios da Região Metropolitana de Curitiba e representantes dos projetos selecionados, entre eles, Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS.
A iniciativa contemplada que será executada pela SPVS — o projeto Observatório Climático do Alto Iguaçu – está voltada à promoção da adaptação às mudanças climáticas, à conservação de ecossistemas e ao fortalecimento de políticas públicas ambientais nos territórios em que será implementada.
Em sua fala, Clóvis destacou que a proteção da biodiversidade é parte de qualquer negócio e que uma área natural produz serviços ecossistêmicos capazes de mitigar os efeitos da intensificação das mudanças climáticas. “Conservar a natureza é amparar a viabilidade dos negócios e promover qualidade de vida”, pontuou.
Infraestrutura natural e mudanças climáticas na Região Metropolitana de Curitiba
O projeto Observatório Climático do Alto Iguaçu será desenvolvido na região sul de Curitiba e em parte do município de Araucária, no estado do Paraná. Com foco na mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a iniciativa propõe o uso de soluções baseadas na natureza, como a conservação de áreas remanescentes da Floresta com Araucária e de várzeas localizadas ao longo dos rios Barigui, Iguaçu e seus afluentes.
A proposta prevê, entre outras ações, o mapeamento e o monitoramento de indicadores ambientais e socioeconômicos, a formação e capacitação de gestores públicos e de jovens lideranças locais em temas ligados à crise climática, e a estruturação de uma rede integrada de atores locais. O objetivo é apoiar a formulação de políticas públicas que valorizem os serviços ecossistêmicos providos pelas áreas naturais nos espaços urbanos, construam soluções baseadas na natureza (Adaptação baseada em Ecossistemas – AbE) e contribuam para o desenvolvimento de cidades mais resilientes, promovendo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O projeto contará com investimento de R$ 4,2 milhões nos próximos três anos.
De acordo com a SPVS, a abordagem do projeto reconhece que as áreas naturais remanescentes em regiões urbanas e periurbanas têm papel estratégico na regulação climática, na segurança hídrica e na qualidade de vida da população.
Rafael Sezerban, coordenador do projeto, destacou que “a capacitação de jovens, lideranças locais e poder público é necessário para o fortalecimento de políticas públicas que promovam a conservação das áreas naturais e garantam a resiliência e melhor qualidade de vida”.
Proteção dos manguezais do litoral paranaense
Outro projeto conduzido pela SPVS – o Entre Mangues e Caranguejos – foi contemplado por meio da chamada de edital do Programa Floresta Viva, financiado pela Petrobras junto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), mas gerido e monitorado pelo FunBio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade).
Ele será implementado na Reserva Natural Papagaio-de-Cara-Roxa, uma das três Reservas Naturais mantidas pela SPVS, localizada no município de Guaraqueçaba, no litoral norte do Paraná — uma das regiões de maior relevância ecológica do bioma Mata Atlântica. A iniciativa tem como eixo principal a restauração de áreas degradadas por antigas atividades de criação de búfalos em áreas de manguezal, promovendo a regeneração da vegetação nativa e a recuperação de funções ecológicas vitais. Para execução das atividades, a SPVS conta com o apoio financeiro da iniciativa Floresta Viva, pelo Edital Manguezais do Brasil, gerido pelo FUNBIO, com recursos destinados pela Petrobras e BNDES.
Além da restauração ecológica, contempla ações de educação ambiental, monitoramento da fauna, engajamento comunitário e fortalecimento de políticas públicas voltadas à conservação dos ecossistemas costeiros. Os manguezais, considerados berçários da biodiversidade marinha, exercem funções fundamentais na contenção de cheias, na proteção contra a erosão e na captura de carbono.
A região abriga espécies ameaçadas, como o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), e comunidades tradicionais que dependem diretamente dos recursos naturais para sua subsistência. O projeto busca, portanto, conciliar conservação ambiental e inclusão social em um dos territórios mais sensíveis do litoral paranaense. O projeto contará com investimento de R$ 2,8 milhõesnos próximos quatro anos.
Investimento regionalizado e compromisso socioambiental
As duas iniciativas da SPVS integram um conjunto de 13 projetos selecionados nos editais recentes do Programa Petrobras Socioambiental e da iniciativa Floresta Viva, que juntos representam um investimento total de R$ 33 milhões no Paraná. Eles contemplam diferentes eixos temáticos, como biodiversidade, mudanças climáticas, direitos das crianças e adolescentes, e educação ambiental, com estimativa de alcance de aproximadamente 5 mil beneficiários diretos no estado.
“Com o retorno dos investimentos sociais e ambientais da companhia de forma regionalizada, estamos democratizando o acesso aos recursos e reafirmando um de nossos principais valores, que é o compromisso com a sociedade”, destacou José Maria Rangel, gerente executivo de Responsabilidade Social da Petrobras.
A inserção dos novos projetos no portfólio institucional da SPVS reafirma seu papel como referência nacional em soluções climáticas, conservação da biodiversidade e restauração ecológica, atuando em diálogo direto com governos, comunidades e o setor privado.
Além dos projetos que serão conduzidos pela SPVS, outras propostas também contam com o apoio da Petrobrás, como os projetos “Comunidades e Cooperativas” (R$ 7,8 milhões), “Budiões” (R$ 580 mil), “Meros do Brasil” (R$ 1,4 milhão), “Olha o clima, litoral!” (R$ 1,5 milhão), “Rebimar” (R$ 2 milhões), “Centro de Esporte e Educação do Paraná” (R$ 3,5 milhões) e “Despertar para a autonomia II” (R$ 6 milhões). Todos esses já estão vigentes. Os projetos “Mantas” (R$ 1,2 milhão) e “Toninhas do Brasil” (R$ 2 milhões) estão em fase de contratação.
Sobre a SPVS
Desde 1984, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) realiza ações voltadas à proteção do patrimônio natural no sul do país. É hoje considerada uma das mais representativas organizações especializadas no tema da conservação da biodiversidade no Brasil com foco no bioma Mata Atlântica, e suas atividades apresentam grande afinidade com a inovação e busca de atendimento a prioridades no campo da conservação.