Coluna do Simprão Opinião

Testemunhas da história dos esportes

Eduardo Luiz Klisiewicz

Começar uma coluna nova falando de algo que ocorreu na semana passada pode parecer um tanto incoerente. Considerando o tamanho da conquista, no entanto, a menção não só é válida, como é obrigatória.

O último jogo da carreira de Kobe Bryant como jogador profissional de basquete foi incrível. Tão incrível, aliás, como toda a sua carreira. Os 60 pontos marcados na vitória do Los Angeles Lakers sobre o Utah Jazz por 101 a 96 encerraram uma história de 20 anos entre ídolo, torcida e time do coração. Kobe subiu um degrau na galeria de grandes esportistas. A identificação que teve com suas cores e seus fãs somaram pontos num ranking de idolatria que poucos conseguem atingir. Kobe não foi o maior jogador de basquete de todos os tempos – Michael Jordan, seu ídolo e inspiração, tem esse posto – mas certamente está entre os melhores da história do basquete.

Nós, a turma dos 30 e poucos anos, tivemos o privilégio de vê-lo em quadra. A minha geração, aliás, pode se gabar para filhos e netos de ter assistido pela TV ou acompanhado in loco os maiores de todos os tempos em vários esportes. Ou vocês acham que Michael Phelps e seus 37 recordes mundiais, suas 21 medalhas olímpicas (18 de ouro) será facilmente superado?
Também não vislumbro no horizonte alguém com o talento do norte-americano Kelly Slater e seus 11 títulos mundiais, nem alguém com braço suficiente para ganhar mais que os sete títulos mundiais do alemão Michael Schumacher. Usain Bolt destruiu recordes nos 100, 200 e 4×100 metros, conquistando seis ouros em Pequim e Londres. Ouros que também decoram a parede da russa Yelena Isinbayeva, recordista mundial de salto com vara.

As raquetadas do suíço Roger Federer e as tacadas do americano Tiger Woods também fazem parte desta lista, que tem ainda o melhor do mundo Falcão, no Futsal, e a melhor jogadora de futebol de todos os tempos, Marta.
No futebol tivemos o prazer de ver o Romário tornando-se o Rei da grande área e Ronaldo com sua explosão e seus gols. Messi e Cristiano Ronaldo estão em patamares que os levarão certamente a compor esta lista daqui uns anos (Neymar, possivelmente, também).

No nosso quintal
Para puxar o tema pra nossa realidade, em 2016 temos a chance de ver nossos times, em proporções BEM menores, na luta por um momento único em suas histórias recentes.
Claudinei Oliveira é, de longe, o melhor treinador que já treinou o Paraná nos últimos anos. Hoje o Tricolor tem uma cara, uma nova alma e a chance de finalmente retornar à elite. Paulo Autuori é o treinador de grife e competência que o Atlético sempre sonhou, mas nunca quis bancar. Se resistir à intempestividade de seu presidente, pode elevar o status do Furacão, a começar pelo título da Primeira Liga, logo mais em Juiz de Fora, contra o Fluminense.
Gilson Kleina superou a desconfiança de todos – minha, inclusive – e formou um Coxa consistente e, até aqui, resistente. Não precisa muito para tirar o Alviverde da vergonhosa luta anual contra o rebaixamento. No Norte do Paraná, Cláudio Tencatti, o mais longevo do Brasil, tem o time na mão para uma boa campanha na Série B.
O futuro já começou para que o passado traga de presente boas lembranças para os amantes do esporte.

Eduardo Luiz Klisiewicz é curitibano, jornalista, radialista e empresário.