O novo recuo do PSDB, que deu prazo até o final do mês para que Nelson Garcia deixe a Secretaria de Estado do Trabalho e afirmou que não vai tomar qualquer atitude contra outros tucanos que não pretendem deixar o governo Requião, só aumentou a desconfiança sobre a real disposição do partido em desembarcar da canoa governista para defender o prefeito Beto Richa. A impressão que fica, mais uma vez, é que, apesar das declarações públicas, os tucanos governistas ainda não querem descer do muro, muito menos perder as benesses que vem recebendo de Requião para suas bases eleitorais.
Tibieza
Em política, quem fica muito tempo com os pés em duas canoas diferentes acaba correndo o risco de cair e se desmoralizar. A direção tucana no Paraná já errou ao tolerar o governismo dentro de seu partido, apesar do discurso oficial de oposição. Ao “relaxar” o ultimato dado aos governistas na semana passada, só reforça a sensação de falta de atitude e tibieza que vem alimentando desde 2006.
Contradição
Fica ainda mais difícil acreditar nas convicções tucanas quando o presidente do partido no Estado, Valdir Rossoni, admite que, apesar dos ataques de Requião ao prefeito, o PSDB não pode descartar uma aliança com o PMDB no Paraná por conta dos interesses da direção nacional. Enquanto isso, peemedebistas diretamente ligados ao governador trabalham para inflar as acusações contra Richa, inclusive subscrevendo um pedido de abertura de CPI na Câmara Municipal.
Teste
Ontem, os tucanos “neogovernistas” passaram pelo primeiro teste no plenário da Assembleia. Os cinco deputados “de bico vermelho” votaram a favor de um pedido de informações do oposicionista Marcelo Rangel sobre segurança pública. Já os deputados do PDT de Osmar Dias votaram com o governo, e ajudaram a derrubar o requerimento por 19 votos a 14.
Coerência
O relator do projeto anti-tabagista em discussão na Assembleia, deputado Tadeu Veneri (PT), afirmou que deve apresentar substitutivo mantendo a possibilidade de existência de fumódromos em determinados locais, como bares e restaurantes, contrariando a proposta governista de banir totalmente o cigarro em recintos fechados de uso coletivo. Veneri argumenta que, se for para proibir totalmente o fumo, seria necessário também proibir o plantio do tabaco, por uma questão de coerência.
Maternidade
Os deputados aprovaram ontem em segunda discussão o projeto que amplia a licença-maternidade de servidoras públicas civis e militares, passando dos atuais 120 para 180 dias.
Antecipação
Os deputados também aprovaram ontem a redação final do texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2010, com uma previsão de mais de R$ 22 bilhões. Com isso, oficialmente os parlamentares podem até adiantar o início do recesso de julho, inicialmente previsto para o final da próxima semana.
Passagem
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) aberta pela Câmara Municipal de Londrina para apurar as planilhas de custo da tarifa do transporte coletivo concluiu seu relatório, que será encaminhada ao prefeito Barbosa Neto (PDT). Explorado por apenas duas empresas, os vereadores concluíram que as passagens podem custar R$ 1,99. Ou seja, 1 centavo menor que a tarifa cobrada hoje, que é de R$ 2,00.
Circunstâncias
Por sinal, o presidente em exercício do PDT estadual, deputado Augustinho Zucchi, afirma não acreditar nas declarações de Requião que rechaçam qualquer possibilidade de aliança com Osmar para 2010. Zucchi diz que a eleição para o governo não é contra Requião. E que a posição do peemedebista é apenas “circunstancial”.
Racha
O presidente estadual do Democratas, deputado federal Abelardo Lupion, voltou ontem a defender a aliança em torno da candidatura de Osmar Dias ao governo. Para Lupion, que sonha com uma vaga de candidato ao Senado, o PSDB de Beto Richa tem que “respeitar a fila”. O problema é que, segundo parlamentares do DEM, a maioria dos deputados do partido prefere Richa como candidato ao governo.
Em alta
O CRÉDITO IMOBILIÁRIO concedido pela Caixa Econômica Federal atingiu R$ 17,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 75% ante o mesmo período de 2008, segundo dados divulgados ontem.
Em baixa
A PRODUÇÃO INDUSTRIAL do Paraná teve em maio o maior recuo desde janeiro de 2000, segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem, apontando queda de 11,9% na atividade do setor.