Amnésia

Josianne Ritz, com a colaboração dos editores do Jornal do Estado

Está na hora dos deputados da base do governo que tem base eleitoral na Capital mostrarem de que lado estão – se do governo, ou da população curitibana. Parlamentares como Carlos Simões (PR), Mauro Moraes (PMDB), Cleiton Kielse (PMDB), até agora não levantaram a voz para se posicionar sobre o bloqueio que prejudica Curitiba. Estão fingindo que não é com eles. Resta saber se o eleitor vai deixar passar em branco essa súbita amnésia de seus representados.


Prioridade
Assim como no Congresso Nacional, que se afunda cada vez mais na lama dos escândalos de corrupção, a Assembléia Legislativa também não parece preocupada em resgatar a credibilidade do parlamento. Caso contrário, não teria priorizado a criação de um fundo de aposentadoria especial dos deputados, enquanto questões muito mais importantes para a população, permanecem sem solução, como a falta de medicamentos de uso contínuo, ou as denúncias de corrupção no Executivo, sempre abafadas.


Safra
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, virá a Curitiba na semana que vem para uma programação de divulgação do Plano Safra 2007/2008. Na quarta-feira, ele fala no plenário da Assembléia Legislativa. Depois, no plenarinho, dá entrevista sobre o funcionamento do crédito rural no Estado e, à noite, participa da abertura oficial da VII Feira de Sabores do Paraná, no Parque Barigui.


Coincidência
O mundo da voltas. Há duas semanas, Requião foi pedir ao advogado-geral da União, José Antonio Tofoli, que ajudasse o Paraná a se livrar da multa mensal herdada do processo de privatização do Banestado. Em outra frente, o principal adversário de Requião na última campanha, senador Osmar Dias (PDT) também está empenhado na tarefa. Por coincidência, Tofoli foi advogado de Osmar Dias (PDT) em uma ação movida por Requião contra o pedetista no Supremo. A ação foi arquivada na última semana.


Missão impossível
O governador, aliás,  anda para lá de preocupado com os números de uma recente pesquisa que encomendou. Os números mostram que a popularidade de sua administração está no chão. Em reunião no fim da semana passada, ele pediu ao secretariado a criação de uma agenda positiva, uma espécie de PAC paranaense. Missão praticamente impossível com o caixa praticamente no zero. Já tem gente se conformando com a demissão, porque sabe que não conseguirá gerar o impossível. 


Troca
O deputado estadual Carlos Simõe mudou de partido sem nenhuma cerimônia. Trocou o PTB  pelo PR. Confidenciou a amigos que precisa de uma partido maior para suas ambições.


No páreo
A eleição municipal está longe, mas pelo menos no PMDB  a briga pela candidatura a prefeito de Curitiba já começou e está acirrada. Nada mais nada menos que três pré-candidatos disputam a vaga: o presidente da Cohapar,  Rafael Greca, o reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Moreira e  a ex-deputada federal, Dra. Clair. No PT, a briga é entre Gleisi Hoffmann e o deputado estadual Tadeu Veneri, além do deputado federal Ângelo Vanhoni.


Na boa
O prefeito Beto Richa está tranqüilo. Já conta praticamente com o apoio  do  PDT do senador Osmar Dias, com o PP  e com o PSB do vice, Luciano Ducci. Sem falar no Democratas, que tem tudo para se unir ao tucano no ano que vem.


Em alta
A última semana de trabalhos será agitada na Assembléia Legislativa com a instalação de duas comissões, além da polêmica sobre o fundo de aposentadoria dos deputados que deve continuar gerando polêmica na política paranaense.


Em baixa
O  líder do governo, por sua vez, Luiz Cláudio Romanelli, insiste em tentar derrubar a CEI da Publicidade. Para ele, a investigação seria trabalho para a própria comissão permanente de Comunicação. “As Comissões têm maior peso legislativo”.