O governador Orlando Pessuti (foto) fez ontem na escolinha um balanço dos 100 dias de seu governo. Entre os destaques do período, Pessuti apontou o fim da multa mensal de R$ 7 milhões que vinha sendo cobrada do Paraná por conta dos títulos públicos adquiridos com a privatização do Banestado, conquistada após articulação da bancada federal, e com o apoio do senador Osmar Dias (PDT). O Paraná voltou a ter seu nome limpo para obter financiamentos federais, e recuperamos cerca de R$ 260 milhões já pagos, lembrou o governador. Pessuti também destacou o novo estilo de governar, com a descentralização da administração. Ao todo, foram assinados no período 155 decretos e dois projetos de lei na área orçamentária, que possibilitaram a liberação de R$ 1,9 bilhão para diferentes áreas de governo e os municípios.
Sem perdão
Por razões óbvias, Pessuti não quis comentar no balanço a briga com o antecessor, Roberto Requião (PMDB). Os dois não se falam desde abril, quando Requião deixou o governo para se candidatar ao Senado. O ex-governador não se conforma com as mudanças feitas pelo sucessor nos primeiros e segundos escalões da administração. Já Pessuti não perdoa Requião por não ter apoiado suas pretensões de ser o candidato do PMDB ao governo.
Só o começo
Lentamente, o clima da campanha eleitoral começa a esquentar. Depois de um início morno, em que os dois principais candidatos ao governo pareciam estar estudando o terreno, nos últimos dias, a troca de farpas entre Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) se intensificou, sinalizando o que vem por aí na disputa. O start foi dado pelo tucano, no evento com agricultores, no qual Richa tentou colocar no adversário a pecha de aliado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Osmar devolveu a moeda, em evento na noite de segunda-feira com sindicalistas, quando acusou Richa de trair a confiança dos eleitores curitibanos ao prometer cumprir os quatro anos do segundo mandato como prefeito, para depois deixar o cargo com pouco mais de um ano, para disputar o governo. Lembrou ainda que o tucano integrou a base do governo Jaime Lerner, responsável pela privatização do Banestado e a tentativa de venda da Copel. E é só o começo.
Temperatura
O confronto entre Osmar e Richa deve ficar ainda mais quente após a divulgação das pesquisas do Datafolha e Vox Populi, programada para este final de semana. Com os números em mãos, e sabendo enfim em que pé estará a disputa, os candidatos terão mais clareza para definir suas estratégias de campanha.
Guinada
Os ataques desferidos nos últimos dias por Richa a Osmar fogem ao estilo bom moço cultivado pelo tucano ao longo de sua carreira política. E, segundo analistas, essa guinada pode indicar que o ex-prefeito sentiu o golpe da entrada do pedetista na disputa pelo governo, depois de passar os últimos meses apostando que ele concorreria à reeleição ao Senado. Além disso, a mudança também pode acabar provocando estranhamento e rejeição junto ao eleitorado, que se acostumou a ver Richa repetindo que não faz campanha em cima de ataques a adversários.
Cães e gatos
A Assembleia Legislativa deve analisar, a partir de agosto, após o recesso, projeto do deputado Luiz Eduardo Cheida que se estabelece diretrizes para o controle ético da reprodução de cães e gatos no Estado. Pelo texto, o governo deve estabelecer programas de controle de reprodução de cães e gatos, pautados na identificação, no registro, na esterilização, nas adoções e, principalmente, nas campanhas educativas sobre o controle ético da reprodução desses animais. A proposta proíbe o extermínio aleatório dos animais pelos órgãos de controle de zoonoses, canis públicos e estabelecimentos oficiais. Os casos de eutanásia só serão permitidos quando houver enfermidades irreversíveis, e desde que acompanhadas de laudo assinado pelo responsável técnico do órgão.
Canis
Ainda segundo o projeto, os canis públicos e estabelecimentos oficiais deverão adotar procedimentos éticos para o recolhimento de animais, começando por verificar se o animal possui um proprietário. O animal recolhido que se caracterizar como comunitário — aquele que possui com a comunidade em que vive laços de dependência e de manutenção, ainda que não tenha um responsável único e definido — deverá ser esterilizado, identificado, registrado e devolvido à comunidade.
Apoio inédito
O candidato do PDT ao governo, senador Osmar Dias, recebeu na noite de segunda-feira o apoio das seis Centrais Sindicais do Paraná. Osmar recebeu das mãos de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores Brasileiros uma carta de intenções com as reivindicações das centrais. É a primeira vez que todas as entidades se unem em torno de uma proposta para o governo.
Popó
O campeão mundial de boxe Acelino Popó Freitas será candidato a uma vaga na Câmara Federal nas Eleições 2010. Filiado ao Partido Republicano Brasileiro (PRB), Popó, que já foi Secretário Municipal de Esportes de Salvador, disputará pela primeira vez uma eleição. Aproveitando sua experiência de vida, Popó pretende trabalhar pela inclusão social e desenvolvimento através do esporte.
Infiéis
Na reunião do diretório estadual do PPS realizada na última segunda-feira, o presidente do partido em exercício, Marcos Isfer, voltou a alertar todos os diretórios e filiados sobre a rigidez da fidelidade partidária. Segundo ele, todos os diretórios que não apoiarem candidatos do partido serão destituídos após as eleições. De acordo com Isfer, o PPS prioriza o crescimento com ampliação da bancada de deputados federais. Não temos compromisso de dar legenda a quem não nos apoiar. Exigimos o apoio integral. Não se constrói um partido com laranja. Não existe meio apoio, disse Isfer.
Adesões
O líder da bancada de oposição na Assembleia, deputado Élio Rusch (DEM), e a candidata a deputada, a vereadora de Curitiba Renata Bueno (PPS), são os estreantes da semana no Twitter.
Em alta
A previsão oficial de crescimento da ECONOMIA em 2010 saltou de 5,5% para 6,5%. Os números foram divulgados há pouco pelo Ministério do Planejamento, que liberou o relatório de avaliação de receitas e despesas do terceiro bimestre. A nova estimativa está no limite mínimo previsto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada.
Em baixa
A INADIMPLÊNCIA nos pagamentos com cheque diminuiu no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado. De acordo com levantamento feito pela empresa de consultoria Serasa Experian, foram devolvidos 10,5 milhões de cheques por falta de fundos, que correspondem a 1,87% dos 560 milhões de cheques emitidos no período.