Banho maria

Josianne Ritz com a colaboração dos editores do Jornal do Estado

Na Assembléia Legislativa a ordem é “empurrar com a barriga” a Proposta de Emenda Constituicional (PEC) apresentada pelo governador Requião (PMDB) que prevê que todos os poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – divulguem na internet seus gastos com viagens, verbas de gabinete e cartões corporativos. Os deputados – incluindo a cúpula da Casa e caciques governistas – não pretendem levar a PEC à sério, pois sabem que ela foi só uma forma que Requião encontrou de tentar desviar a atenção da decisão da Justiça que o obrigou a repassar informações sobre os gastos de sua administração.


Antecedente
A atitude dos deputados de não levar a sério a mais nova bravata de Requião leva em conta o passado recente. Em 2006, quando a Assembléia se preparava para votar em segundo turno uma PEC do deputado Tadeu Veneri (PT)  que proibia a contratação de parentes para cargos de confiança em órgãos públicos do Estado, o governador enviou à Casa um outro projeto, também propondo o fim do nepotismo. Mas assim que a proposta de Veneri foi rejeitada por pressão do governo, Requião retirou o projeto que ele mesmo havia apresentado.


Prova
Contrariando seu repentino entusiasmo pela transparência das contas públicas, Requião vetou projeto do deputado Ney Leprevost (PP) aprovado pela Assembléia no ano passado, que obrigava o Estado a publicar em Diário Oficial, relatório com os gastos dos servidores em viagens ao exterior. Leprevost cobrou ontem a colocação do veto na pauta de votação da Casa. Segundo ele, será uma oportunidade para Requião provar que está mesmo falando a sério quando pede transparência, permitindo que o veto seja derrubado e o projeto, mantido.
 
Proteção
Os deputados Alexandre Curi (PMDB) e Augustinho Zucchi (PP) tiveram que pedir reforço policial para sair do estádio Couto Pereira no domingo. Atleticanos, os dois foram confundidos com dirigentes do clube por torcedores revoltados com o mau resultado na primeira partida da decisão do campeonato estadual.


Terremoto
O vereador Tito Zeglin (PDT) está apavorado com o aumento das rachaduras no prédio da Câmara de Curitiba depois do terremoto da última semana. O pedetista disse que vai contratar um engenheiro para avaliar se existe risco de desabamento. Outros vereadores defendem que seja alterado o lugar das sessões até que o laudo técnico fique pronto.


Biocombustíveis
O paranaense Osmar Dias (PDT) vai ser o representante do Senado em um encontro com deputados europeus, que estarão em Brasília esta semana para discutir os biocombustíveis e alimentos. Americanos e europeus alegam que a produção de biocombustíveis, a partir de cereais, provoca aumento nos preços de alimentos.


Banestado
Osmar Dias informa que terá, ainda esta semana, uma reunião com o procurador da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Luiz Inácio, para discutir a elaboração do projeto de resolução, que pode livrar o Paraná da multa mensal de R$ 5 milhões, herdada do processo de saneamento e venda do Banestado. O novo texto precisará ser aprovado pelo Senado.



Em alta
O prefeito Beto Richa fará audiência pública hoje, às 19h, com moradores, comerciantes e lideranças comunitárias dos bairros Água Verde e Vila Izabel. A audiência será no salão da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na rua Bento Vianna.



Em baixa
A união da oposição ao governo Requião, ontem, foi um baque na candidatura da petista Gleisi Hoffmann (PT) à Prefeitura de Curitiba. Os próprios petistas acham fundamental a candidatura de Rubens Bueno (PPS) para levar a disputa para o segundo turno.