Conveniência

Da Redação

A Agência Estadual de Notícias fez questão de reproduzir a entrevista do governador Roberto Requião publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, em que ele se diz sentir-se “amordaçado e impotente” diante da suposta censura contra a Rádio e TV Educativa. Nessas horas, até a “imprensa canalha” e os “jornalões” que o peemedebista tanto gosta de desancar são bem vindos.

Primário
A agência governista não quis, porém, fazer qualquer menção a um texto editorial publicado pelo mesmo jornal, comentando a polêmica em torno da TV Educativa. Nele, Requião é descrito como um político “autoritário e truculento”, que se apropria da emissora oficial para fins pessoais, e pratica um “populismo primário”, entre outros adjetivos pouco edificantes.

Na mosca
O blogueiro Rogério Distéfano, do Max Blog, matou a charada ao questionar se o governador iria “dar aquela costumeira saidinha de uma semana/dez dias” depois de toda a confusão envolvendo a RTVE e a demissão de Jozélia Nogueira. “Ele sempre faz isso quando a pisada na bola é vexaminosa”, lembrou Distéfano. Coincidência ou não, Requião embarca hoje para uma viagem a Cuba, com esticada até Miami (EUA) e só volta depois do Carnaval. O retorno está previsto para o dia 10 de fevereiro.

Revelação
O líder da bancada de oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), afirmou ontem que a demissão de Jozélia Nogueira do cargo de Procuradora-Geral do Estado acabou trazendo à tona que Requião “nunca teve a menor intenção de resolver a questão do pedágio”. Jozélia contou que as concessionárias sempre estiveram dispostas a negociar a redução das tarifas e a revisão dos contratos, mas o governador preferiu insistir no confronto, para manter o discurso político.

Quem paga?
Rossoni lembrou que, “graças a essa estratégia insana”, os paranaenses vêm pagando — nos últimos cinco anos — todos os aumentos de tarifas previstos em contrato, quando poderiam ter obtido descontos importantes. “Tudo porque o governador Requião acha mais vantajoso o conflito que a negociação”, concluiu.

Silêncio
Requião poderia aproveitar o espaço que está tendo na imprensa agora e explicar as circunstâncias que envolveram a demissão do também ex-procurador Sérgio Botto de Lacerda. Botto deixou o governo no final do ano passado acusando o peemedebista de ser omisso e desleal. Desde então, o governador não foi capaz de uma palavra sobre o episódio.

Caso Tiago Amorim Novaes
Foi condenado ontem, no Fórum de Cascavel, Alcides Machado Meirelles, acusado de ser autor dos disparos que matou o deputado estadual e radialista Tiago de Amorim Novaes, em 2002. Por seis votos a um, Meirelles foi considerado culpado pela participação no homicídio. Ele era acusado de ser contratado por Luiz Carlos Bernardes Pires, o Balaio, para matar Novaes. O mandante do crime seria Adão Sampaio Schisler, denunciado pelo deputado como mentor do assassinato de Abelino de Jesus Oliveira, o Abelha.

Método
Os juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR) iniciam, na próxima segunda-feira, a análise dos pedidos de perda de mandato dos acusados de infidelidade partidária. Na sessão de ontem da Corte foi discutida a metodologia a ser adotada nos julgamentos. No Paraná, mais de mil políticos correm risco de cassação por suposta infidelidade.

Em alta
Com apenas três semanas e meia em cartaz, o filme MEU NOME NÃO É JOHNNY, que conta a história de um jovem de classe média carioca que se envolve no tráfico de drogas, já ultrapassou a marca de 1 milhão de espectadores no País, um fato raro cinema brasileiro.

Em baixa
Contrariando as declarações anteriores, o piloto brasileiro NELSINHO PIQUET admitiu ontem que o espanhol Fernando Alonso, seu companheiro na equipe Renault, terá prioridade nas primeiras provas do campeonato mundial de Fórmula 1 de 2008.