Decisão tomada

Da Redação

O candidato do PSDB ao governo do Paraná pode até não ser anunciado depois da reunião da Executiva Estadual na próxima segunda-feira. Mas há quem garanta que a escolha já foi feita e tem o aval da direção nacional (leia-se presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra).

Dilema
A próxima segunda-feira promete ser decisiva para o cenário político eleitoral no Paraná. E que uma decisão da direção estadual do PSDB sobre o candidato do partido ao governo do Estado, na vaga disputada pelo o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o senador Alvaro Dias terá reflexos em todos os partidos. Os aliados de Richa querem que a escolha aconteça o mais rápido possível, de preferência ainda em janeiro. Alegam que enquanto não resolver a disputa interna, o partido fica impedido de buscar aliados. Já o grupo de Alvaro não tem pressa, e prefere empurrar o processo para março, quando vence o prazo final para que Richa deixe a prefeitura caso seja o escolhido.

Precipitação
A partir do momento em que o PSDB definir seu candidato, acabará precipitando também um realinhamento das forças. DEM e PPS, por exemplo, terão que decidir se ficam com os tucanos, ou se buscam outra alternativa. O DEM, em especial, está dividido entre o PSDB de Richa e o PDT do senador Osmar Dias.

Desidratação
A definição do candidato do PSDB também pode ser decisiva para as pretensões do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB). Ela pode acelerar o processo de “desidratação” da pré-candidatura de Pessuti à sucessão de Requião. A tendência é que a confirmação da opção pelo prefeito, hoje favorito dentro do PSDB, acelere a debandada de deputados do PMDB em favor de Richa e o abandono do vice peemedebista, que não saiu de um dígito nas pesquisas de intenção de voto.

Sem saída
No PT, a expectativa é de que com a provável escolha de Richa, Osmar Dias finalmente defina sua aliança com o partido de Lula. Até agora o senador tem evitado fechar um acordo com a legenda, na expectativa de que os tucanos recuem da candidatura própria e o apóiem. Com a decisão tucana, não haveria mais motivos para esperar. Pelo contrário. A demora poderia afastar outros potenciais aliados de partidos que compõem a base lulista, como PTB, PP, PR e PSC, entre outros.

Guinada
Já se o PSDB optar por Alvaro Dias, o quadro seria totalmente diferente. O senador garante ter condições de convencer o irmão, Osmar, a abrir mão em seu favor. Com Richa e o senador pedetista fora do páreo, Alvaro praticamente não teria adversário, e poderia vencer no primeiro turno. O problema é convencer a maioria das lideranças tucanas locais, que não escondem a preferência pelo prefeito. E o próprio Osmar, que com bons índices nas pesquisas, não demonstra qualquer interesse em recuar.

Realinhamento
Dentro de pouco mais de duas semanas, a Assembleia Legislativa retoma os trabalhos. A expectativa é de que com o quadro de candidatos ao governo definido, haja um processo de realinhamento entre os deputados, o que pode alterar a correlação de forças entre as bancadas do governo e oposição. Muitos dos atuais governistas tendem a mudar de lado, já pensando nas eleições e no fim da era Requião.

Refém
A bancada do PT – em especial, deve viver uma crise de identidade. O partido faz parte da base requianista, e inclusive ocupa cargos no governo do Estado. Mas sem um nome competitivo para disputar o governo, virou refém de Osmar Dias. O problema é que Requião não quer nem ouvir falar em aproximação com o senador que quase o derrotou em 2006. Portanto, caso realmente feche com Osmar, os petistas fatalmente terão que abandonar seus cargos e deixar a base governista.

Gastos publicitários
Dos três representantes do Paraná no Senado, Osmar Dias (PDT) foi o que mais gastou com publicidade (leia-se divulgação do mandato) em 2009. A informação é do site Congresso em Foco, com base em levantamento feito a partir do Portal da Transparência do Senado. Dentre os 87 senadores, o pedetista, que é candidato declarado ao governo do Paraná, ocupa a 14ª posição com R$ 49.297,50 gastos. Álvaro Dias (PSDB) ficou na 29ª colocação, com 17.620,45. Flávio Arns (PSDB) é o 47º, com R$ 6 mil. O Congresso em Foco revela que saltou de R$ 1,16 milhão, em 2008, para R$ 1,78 milhão, em 2009, a despesa dos parlamentares com a divulgação de suas atividades. Foram R$ 614 mil gastos a mais, um crescimento de 52% em comparação com o ano anterior.

Transparência
Até o momento apenas Flávio Arns alimentou o Portal da Transparência do Senado com informações de gastos da verba de ressarcimento de todos os meses de 2009. Álvaro Dias só informou as despesas de janeiro, fevereiro e março. Já Osmar Dias só está em débito com os dados de dezembro.

PARABÓLICA

Em alta
As 252 AGÊNCIAS DO TRABALHADOR do PR tinham ontem 14.298 vagas de emprego disponíveis. O número supera o recorde histórico alcançado na manhã de terça-feira, quando eram 13.382 oportunidades abertas no Estado

Em baixa
O BNDES anunciou ontem a conclusão do processo de captação de US$ 1 bilhão em títulos no mercado internacional. Segundo o banco, a procura foi muito superior à oferta e incluiu investidores de longo prazo. Os recursos serão acrescidos ao orçamento do BNDES.