Dois pesos

Josianne Ritz com a colaboração dos editores do Jornal do Estado

A tentativa dos requianistas de justificar o injustificável ficam cada vez mais ridículas. O líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), por exemplo, defendeu o projeto do governador que propõe o congelamento de salários do Ministério Público alegando que promotores do Paraná ganham mais do que os de São Paulo. Faltou dizer também que o governador Requião igualmente ganha mais que os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, e de todos os demais estados brasileiros. E ganha o dobro, R$ 24,5 mil mensais, do que o salário até do presidente Lula. Mas claro que para os requianistas, isso não é importante.


Exemplo
Aliás, já que o governador Requião está tão preocupado com os salários do MP, poderia dar o exemplo, e enviar à Assembléia um projeto reduzindo seus próprios vencimentos. Do contrário, não tem moral para falar de ninguém.


Receita
Patética a justificativa do deputado e médico Dr Batista (PMN) para o fato de ter assinado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) contra o nepotismo “sem ler”, por engano, achando que era outro projeto. Isso apesar de ter colocado sua rubrica nas duas vias da proposta. Como comentou um blogueiro, alguém aí teria coragem de comprar um remédio receitado pelo deputado?


Na moita
Na verdade Batista só confessou ser o autor da assinatura fantasma depois de confrontado pelo autor da PEC, Tadeu Veneri (PT), com as provas: as cópias de sua assinatura em outros projetos. Do contrário, ele teria ficado quietinho, como aliás o fez desde que a polêmica surgiu, há mais de uma semana. Para o deleite do governador Requião, que não quer nem ouvir falar em ter que demitir seus parentes encastelados em cargos de confiança pagos com dinheiro público.


Pela metade
Ridículas também as declarações de Batista dizendo que “não é totalmente contra o nepotismo”. Como se fosse possível ser “meio contra” o uso do Estado como cabide de emprego para parentes de políticos. Seria mais honesto ele dizer logo que é a favor dessa prática típica do coronelismo político que prevalece no Brasil e no Paraná. No fundo todo esse episódio não passou de mais uma pantomima patrocinada por Requião e seus aliados para barrar mais uma vez a PEC e manter os parentes do peemedebista em seus polpudos cargos.


Retroativo
A Assembléia aprovou ontem em primeiro turno, reajuste de 3,14% nos salários servidores ativos  do Tribunal de Justiça. A proposta prevê que o aumento será retroativo a 1º de janeiro deste ano.  As estimativas levantadas pelo TJ são de um acréscimo anual na despesa bruta de pessoal de R$ 7.626 milhões.


Clima quente no Porto
O clima esquentou no Porto de Paranaguá. Um diretor técnico teria se irritado com o superintendente Eduardo Requião e levado para o governador Roberto Requião um dossiê completo sobre os mandos e desmandos do irmão. Não é de hoje que o clima entre diretores e Eduardo não é dos melhores. Tem diretor que não fala com o superintendente há cinco meses. Há informações de que ele simplesmente ignora os diretores. É esperar para ver.


Na mesa
Em tempo. Hoje tem reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) sobre o Porto de Paranaguá.



Em alta
Os constantes ataques ao papel do Ministério Público foram repudiados em plenário do Senado, ontem, pelo senador Alvaro Dias (PSDB/PR): “Mais do que nunca é preciso valorizar e enaltecer a importância do Ministério Público na defesa do Estado Democrático ”, disse ele.


Em baixa
O Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou irregularidades na aplicação dos recursos repassados à Universidade Estadual do Oeste (Unioeste) para realização de cursos profissionalizantes. A verba foi repassada pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Paraná (Sert/PR).