Esticada

Josianne Ritz com colaboração de editores do Jornal do Estado

Não foram só os secretários do governo Requião que esticaram a folga de final/começo de ano – apesar das ameaças do governador de demissão dos “folgados”. Quem ligou para a Assembléia Legislativa ontem se deparou com uma gravação informando que a Casa estará em recesso – ou seja, fechada – até o próximo dia 14.


Carnaval
A esticada da Assembléia, porém, vai até a semana que vem somente para os funcionários da Casa. No caso dos deputados, a folga vai até depois do Carnaval. É que apesar de formalmente terem reduzido o recesso e marcado o retorno das sessões para o dia 2 de fevereiro, os parlamentares só voltam ao trabalho no dia 11. A desculpa é que dia 2 cai em um sábado de Carnaval. E que portanto, não haveria porque retomar as votações antes das festas do rei Momo.


Escolinha
Quem promete retornar hoje com tudo é a “escolinha” do governador Requião. Na pauta oficial da reunião do secretariado estão as realizações da atual administração na área da cultura. A dúvida é se Requião vai cumprir a promessa de demitir os secretários que andaram “gazeteando” o trabalho na semana passada, como demonstrou a reportagem do Jornal do Estado.
Susto
O senador Osmar Dias (PDT) garante que recebeu com surpresa a informação, publicada ontem em blogs, de que poderia ter o apoio do governador Roberto Requião (PMDB) em uma possível candidatura ao governo do estado em 2010. “Sou candidato do PDT em 2010. Nunca mais conversei com o Requião ou qualquer outro representante do PMDB sobre esse ou outro assunto. Para mim esta informação foi um susto. Acho que tem jornalista que está sofrendo com a falta de notícias”.


Rompimento
Aliados e até amigos pessoais durante muitos anos, Requião e Osmar Dias romperam em 2006, antes da disputa eleitoral pelo governo do estado. O principal motivador foi o fato do pedetista ter recusado o convite do peemedebista para ser seu vice na disputa de 2006.


Fidelidade
Questionado sobre a regra da fidelidade partidária, mais especificamente o caso do vereador Tico Kuzma (PPS), Osmar Dias (PDT) defendeu o posicionamento do presidente do PPS/PR, Rubens Bueno. “O que está em discussão é a infidelidade dos vereadores. Mas, caso um dirigente não seja fiel ao estatuto do partido pode ser julgado pelo conselho de ética do próprio partido. Acredito que o Rubens esteja agindo com coerência já que está cumprindo a resolução do TSE”.


Contaminação
Nos bastidores da política estadual, corre o comentário de que o PT nativo teria desistido de se aliar com o PR (Partido da República) – que substituiu o PL (Partido Liberal) – legenda que desempenhou um papel chave no escândalo do mensalão. Tudo para evitar que denúncias envolvendo caciques da legenda – que incluem o deputado estadual Carlos Simões e seu irmão, o ex-deputado federal Íris Simões – contaminem a candidatura da atual presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, à prefeitura de Curitiba.


Memória
Carlos e Íris Simões chegaram a ser cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral sob a acusação de abuso do poder econômico e compra de votos. Acabaram escapando graças a chicanas jurídicas que suspenderam a condenação em instâncias superiores. Além disso, os petistas tem péssimas recordações da campanha de 2004, quando os irmãos Simões, na época no PTB, abandonaram à própria sorte o então candidato do partido a prefeito, Ângelo Vanhoni.


Em alta
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apareceu ontem em quase todos os  telejornais da noite falando sobre a ação do DEM  no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).


Em baixa
O Ministro do Planejamento Paulo Bernardo, por sua vez, apareceu também em quase todos os telejornais, mas tentando explicar e justificar cortes, aumento de impostos e outras trapalhadas do governo Lula. Difícil este trabalho de escudeiro.