Ao contrário do divulgado pelo Palácio Iguaçu, a visita do governador Roberto Requião à Cascavel na quarta-feira não foi um mar de rosas. Pelo contrário. Questionado por um repórter local se o repasse de R$ 18 milhões para obras no município representavam a retribuição pelo apoio do prefeito Lísias Tomé (PPS) à sua reeleição, Requião ficou extremamente irritado. “Eu não compro nem prefeito nem jornalista. Você está à venda?”, respondeu rispidamente o governador.
Inconveniente
Segundo relato do jornal Hoje, de Cascavel, após a resposta, Requião se afastou em direção ao carro que o levaria a um compromisso. E orientou a segurança a intervir, mesmo que para isso precisasse usar a força bruta, caso algum jornalista fizesse outra pergunta inconveniente.
Hábito
A atitude do governador não surpreende. Requião gosta de posar de durão, mas não admite ser contrariado e perde as estribeiras frente ao mais mínimo questionamento. Está acostumado aos rapapés de áulicos que só aplaudem qualquer manifestação do chefe. Não à toa seu governo se tornou uma verdadeira selva de “assessores” sem função definida e secretários sem pasta. Esqueceu o que é conviver com imprensa livre, não alinhada.
PT + PPS
Quem presenciou a cena ficou de queixo caído. Na tarde da última quarta-feira, o presidente do diretório estadual do PT, deputado federal André Vargas e o presidente do PPS do Paraná, Rubens Bueno, se encontraram na Câmara em Brasília e conversaram por mais de duas horas. A quem diga que a recente amizade pode indicar para uma dobradinha PT/PPS nas eleições municipais de 2008.
Ratinho no PSC
O recém eleito deputado federal, Ratinho Júnior acertou, na tarde de ontem, sua migração do PPS para o PSC. Expeculava-se que o destino de Ratinho poderia ser o PSB, mas suas idéias não casavam com as de Jaime Lerner, um dos principais caciques da legenda. Ratinho é agora o presidente do diretório estadual do PSC e tem boas chances de se lançar candidato à Prefeitura de Curitiba no próximo ano.
Dono da bola
A desfiliação de Ratinho Júnior do PPS na última semana foi um tanto conturbada. O parlamentar deixou a legenda por acreditar que, enquanto Rubens Bueno estiver lá, ninguém mais terá espaço no partido. De fato, Bueno tem sido o candidato do PPS à prefeito de Curitiba e à governador nas recentes disputas eleitorais.
Contraste
E o Ministério Público continua sua guerra contra o nepotismo – nos municípios do interior do Estado, é claro. Na terça-feira, a Promotoria de Justiça de Assis Chateaubriand protocolou no ação civil com pedido de liminar, exigindo a demissão de sete servidores do Executivo que têm relação de parentesco com a prefeita, Dalila José de Melo, o vice-prefeito e vereadores locais.
Contraste (II)
O custo anual dessas contratações, incluindo salários e décimo terceiro, somaria R$ 192.293,14. Já em Tupãssi, município da mesma região, não foi necessária nenhuma ação da Promotoria, visto que o prefeito, Valdecir Acco, atendeu à recomendação administrativa feita pelo MP em agosto passado, e, em 6 de novembro, demitiu a esposa, que trabalhava como secretária de Ação Social do Município.
Em alta
Pelo menos um paranaense já garantiu lugar de destaque na dança de cadeiras das comissões da Câmara dos Deputados. O deputado federal César Silvestri (PPS) foi indicado para presidir a Comissão de Defesa do Consumidor.
Em baixa
O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou ontem o pedido de habeas-corpus para o investigador da Polícia Civil e ex-assessor da Casa Civil, Délcio Augusto Rasera, preso por fazer escutas telefônicas ilegais e formação de quadrilha.