Em Brasília, os senadores livram Renan Calheiros (PMDB/AL) mesmo depois de pelo menos 41 deles terem declarado publicamente que votariam pela cassação. Ou seja, alguém mentiu. Como a sessão é o voto é secreto, a suspeita recai sobre todos, para a desmoralização geral.
Cá embaixo
Na Assembléia Legislativa, um deputado de oposição, Edgar Bueno (PDT), diz que não assinou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê o fim do Estado como cabide de emprego para parentes de políticos. Mesmo que a sua assinatura tenha aparecido em duas vias do projeto. Para a alegria do governador Requião e seus parentes encastelados nos órgãos públicos estaduais, a PEC mais uma vez escapa.
Deboche
Recentemente, acuada pelas acusações de privilégios, mordomias, foro privilegiado entre outros, deputados estaduais andaram se queixando de que a imprensa os persegue. Os fatos relatados acima – e muitos outros de conhecimento público – dão uma idéia de como esse tipo de declaração debocha da inteligência de nós brasileiros.
Contra
O líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) não quer nem ouvir falar na possibilidade de uma proposta antinepotismo apresentada pelo próprio governo. Na última terça-feira, o deputado Alexandre Curi (PMDB) chegou a levantar a hipótese. “Sou contra a PEC do Veneri e não vamos apresentar outra”.
Sangrando(I)
O senador Alvaro Dias (PSDB) disse ontem que absolvição de Renan Calheiros (PMDB/AL) decisão foi ruim para o Senado. Segundo ele, a Casa “vai continuar a sangrar” com a crise provocada pelas sucessivas denúncias contra seu presidente. Em entrevista após a sessão secreta, Alvaro afirmou que o melhor agora seria se Calheiros se afastasse da presidência do Senado, para que a Casa pudesse retomar as votações. Caso contrário, a tendência é que a paralisia que se instalou desde o início da crise, continue e se agrave.
Sangrando (II)
Osmar Dias (PDT-PR) concordou com o irmão. “Ou o Senado toma um novo rumo e começa a trabalhar para votar as reformas de que o Brasil precisa, ou vai afundar num processo de descrédito. Não podemos, mais uma vez, paralisar o País por conta de uma crise política”, disse.
Até Renato Russo
A absolvição do senador Renan Calheiros criou um clima de indignação na Câmara de Curitiba. Pela primeira vez nesta legislatura oposição e situação não pouparam críticas à posição do Senado. O clima no plenário era de luto. Houve até quem usasse a frase de Renato Russo: “Que País é Este?”
Democrata
Na sua onda democratizar a Assembléia, o presidente da Casa, deputado Nelson Justus (DEM) trouxe uma novidade aos jornalistas ontem. “A cada 15 dias, vamos ter uma reunião com os líderes partidários para analisarmos os requerimentos que ainda não foram aprovados”.
Pedágio
O ex-diretor do DER Paulinho Dalmaz e o presidente da Fetranspar, Anselmo Trombini, concordaram em depoimento à Comissão Especial de Investigação do pedágio na Assembléia, na noite de terça-feira, que um dos caminhos para baixar a tarifa é a redução de impostos da ordem de 20% que incidem sobre o serviço.
Em alta
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu Lei mineira que limita atuação do MINISTÉRIO PÚBLICO no estado. A lei aprovada pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, serviria de base para lei semelhante no Paraná. Agora, não dá mais.
Em baixa
Em votação secreta, o plenário do Senado Federal absolveu, por 40 votos a 35, e seis importantes abstenções o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), da acusação de quebra de decoro parlamentar. Como esperado, o placar foi apertado.