Fica cada vez mais insustentável a situação do procurador Geral de Justiça, Milton Riquelme de Macedo. Como se não bastasse o fato de quase ter sofrido um processo de destituição do cargo, por ter gravado depoimento defendendo o governador Requião, em plena campanha eleitoral, de envolvimento com o caso do policial civil, Délcio Razera, preso por escutas telefônicas clandestinas , agora descobre-se que Riquelme teria também agido para protelar a investigação.
Monitorado
A descoberta de que a gravação – depois utilizada no programa eleitoral de TV de Requião – foi acompanhada pessoalmente pelo então procurador Geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, subordinado ao governador, confirma uma interferência direta do Executivo na atuação do chefe do Ministério Público Estadual no caso Razera, com repercussão imediata na disputa política. A suspeita de que o procurador ignorou decisão do Conselho Superior do MP para que fosse criada uma força-tarefa para a perícia do material apreendido com o policial, atrasando a investigação, agrava ainda mais a situação.
Arranhado
O fato é que o comportamento de Riquelme arranha profundamente a credibilidade do Ministério Público paranaense. O caso Razera é apenas um dos que contribuíram para isso. O outro é a absoluta morosidade com que o MP tratou, nesse período, da questão do nepotismo no governo cuja investigação tramita há mais de um ano, sem nenhum resultado.
De novo, o pedágio
À espera do governador Roberto Requião está o imbroglio do pedágio federal. Com a liberação da licitação para cobrança de pedágio dos sete trechos de rodovias federais, o Governo do Paraná terá que decidir o que fazer. Rogério Tizzot, secretário dos Transportes apresentará duas opções ao governador. Uma é uma ação na Justiça contra a União. Outra é o governo criar uma empresa para participar da licitação. Nenhuma das duas, no entanto, deve dar muitos frutos.
Luvas
Para complicar Requião não pode arrumar briga com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque ainda acredita que só ele pode livrar o Estados das multas do caso Banestado.
Perdido no tempo
Quem também está irritado com esta história de pedágio é o deputado federal Florisvaldo Fier (PT-PR). Ele disse que vai contra os preceitos do PT. Será que o Doutor Rosinha ainda não percebeu que o PT e os petistas não são mais os mesmos. Agora, talvez ele devesse se abraçar com o governador Roberto Requião mesmo.
Secretariado
Começaram de novo os boatos de mudanças no Palácio Iguaçu. Desta vez, os alvos das intrigas são o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier e, novamente, o secretário de Estado da Comunicação Social, Airton Pisseti,
“Gorjeta-alimentação”
Depois de enquadrar policiais que pedem propina e advogados suspeitos, a Secretaria de Estado de Segurança Pública está de olho nos policiais que fazem ronda e pedem “gorjeta-alimentação” aos estabelecimentos. O esquema funciona assim. Eles vão a restaurantes e panificadoras da área que patrulham, comem, tomam café, e simplesmente saem sem pagar. Muitos donos dos estabelecimentos se calam com medo de represálias, mas outros já colocaram a boca no trombone. A ação faz parte do pacote de moralização da polícia, que tem sido seguido à risca na Secretaria de Segurança.
Em alta
Os comerciantes articulam a mudança da legislação para que o comércio de rua de Curitiba funcione até às 22 horas todos os dias e aos domingos também. A idéia é concorrer com os shoppings. Desde que gere empregos, boa parte dos vereadore s aprova.
Em baixa
O Tribunal de Contas da União (TCU) julgou irregulares as contas de professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e a condenou ao pagamento de R$ 655.858,02, por não comprovar a conclusão do doutorado pago pelo CNPq.