Oportunismo

Josianne Ritz com colaboração de editores do Jornal do Estado

O presidente do PT do Paraná, deputado federal André Vargas, divulgou ontem nota contestando as declarações do senador Flávio Arns, que só não deixou o partido ainda para esperar uma definição final da Justiça sobre a questão da fidelidade partidária. Vargas diz estranhar que só agora Arns venha, pela imprensa, se dizer descontente com os rumos da sigla, já que nunca teria feito isso, nas reuniões da cúpula petista estadual.


Aborto
Entre as questões levantadas por Arns estão o suposto apoio do PT à descriminalização do aborto, o que ele diz ser contra. Vargas também contesta, afirmando que não há uma posição definitiva do partido, também que ele mesmo integra uma frente contra o aborto. 
 
Ameaça
O presidente do PT paranaense encerra a nota com um tom de ameaça velada. “Em relação a sua saída do PT, o senador deve ficar à vontade para tomar a sua decisão. Depois disso, o Partido tomará a sua”.



O senador Osmar Dias não gostou da decisão do PDT de fechar questão pela aprovação da prorrogação da CPMF. Lembrou que não está no programa do partido a defesa do imposto, pelo contrário. Osmar apresentou emenda ao projeto, para que o imposto tenha redução gradativa até a sua extinção, baixando dos 0,38% atuais para 0,30% já em 2008, e para 0,25% em 2009; chegando a 0,15% em 2011. Para Osmar, é equivocada a posição do PDT em favor da CPMF só porque o partido tem um ministério no governo, no caso o Ministério do Trabalho, ocupado pelo presidente nacional da sigla, Carlos Lupi. “A opção do meu partido, neste momento, não faz justiça à sua história, já que o PDT sempre teve a coerência como marca maior”, disse.



O governador Roberto Requião (PMDB), por sua vez, enalteceu, na reunião do Codesul, a mesma CPMF. “É uma contribuição extremamente justa, porque taxa fundamentalmente as operações financeiras”, assinalou o governador.


Maternidade
O Ministério Público Federal entrou ontem com ação civil pública contra o deputado estadual Jocelito Canto (PTB) e outras dez pessoas por irregularidades na licitação da obra de construção da Maternidade de Ponta Grossa. Em 1999, quando era prefeito, Canto assinou convênio com o Ministério da Saúde, que previa a transferência de recursos federais no valor de R$ 270 mil para a construção da maternidade.


Fraude
Segundo o MPF, porém, foram descobertas diversas irregularidades na licitação. Entre elas, a ocorrência de fraude documental e a prestação de “serviço-fantasma”. A empresa vencedora, Polis Urbanismo e Meio Ambiente não preenchia os requisitos para participar da licitação.
 
Tucanos
O PSDB do Paraná promove no domingo, em Curitiba a convenção estadual que vai definir os rumos da sigla para os próximos dois anos. A chapa “PSDB Paraná” foi a única inscrita para o evento. O deputado estadual Valdir Rossoni, líder da oposição na Assembléia Legislativa, deve ser reeleito para a presidência do partido no Estado.


Itaú
A Justiça Federal de Curitiba rejeitou pedido do Banco Itaú, que exigia uma indenização de R$ 80 milhões do governo do Estado, por causa da decisão do governador Roberto Requião de transferir para o Banco do Brasil a administração dos recursos do orçamento calculados em torno de R$ 18 bilhões por ano. Além da indenização, o Itaú pedia também que a Justiça reconhecesse a ilegalidade da transferência das contas.


Em alta
A proposta do deputado Douglas Fabricio (PPS) que permitirá cancelamentos de serviços pelos mesmos meios em que foram contratados agora é a Lei nº 15627. Se o consumidor contratou pela internet, poderá cancelar por ela, por exemplo.


Em baixa
O GOVERNADOR ROBERTO REQUIÃO parece confuso sobre sua relação com o governo Lula. Ontem, ele elogiou e criticou diversas vezes iniciativas do governo Lula. Não dá para saber mais se ele é aliado ou oposição ao governo federal.