Passo lento

Da Redação

O governo Requião levou oito meses para iniciar a reforma de uma escola no Oeste do Estado, destruída parcialmente por causa de um temporal. Isso porque se tratava de uma obra “emergencial”, criticou ontem o líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado Élio Rusch (DEM). “Se uma obra que deve ser executada com urgência demora quase um ano para iniciar, este governo precisaria de oitenta anos, no mínimo, para concluir o tão anunciado canteiro de obras”, afirmou Rusch, referindo à Escola Estadual e Municipal Evaldo Taliuli, de São Pedro do Iguaçu.

Prazo
Enquanto as obras não foram concluídas, os alunos tiveram que ocupar espaços improvisados. Rusch prometeu apresentar uma proposta, assim que começarem os trabalhos na Assembleia, para garantir um prazo máximo para entrega de obras emergenciais. “Vamos elaborar um projeto para enquadrar melhor esses casos, afinal, são situações que já dispensam licitação, portanto, não deveria haver demora ou qualquer outro obstáculo”, concluiu.

Histórico
O atraso para a realização de obras emergenciais tem se tornado comum nesse governo, diz a oposição. O deputado Marcelo Rangel (PPS) denunciou no ano de 2007, problemas na estrutura do maior colégio de Ponta Grossa, o Instituto de Educação Professor César Pietro Martinez. Em outubro de 2007, o governador anunciou uma licitação no valor de R$ 3 milhões para a reforma, que não saiu do papel. No início de 2008, após o desabamento de parte do telhado, o governo liberou para obras “emergenciais”, R$ 1,5 milhão. Até que, em maio do ano passado, laudos apontaram diversos problemas na estrutura do prédio, bem como o risco de incêndio, e o Instituto teve que ser interditado. Foram quase três anos para resolver o problema de um colégio que atende mais de 1,6 mil alunos.

Presídios
Depois da péssima repercussão da rebelião na PCE, a Agência Estadual de Notícias publicou, no início da noite de ontem, matéria intitulada “Paraná investe em novos presídios e amplia número de vagas em 143%”. A rebelião da semana passada culminou com a morte de seis detentos. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) afirma que o conflito “se deu três dias após a ordem, de comum acordo entre as Secretarias de Segurança e Justiça, de retirada abrupta da Polícia Militar do interior da unidade penal”.

Pesquisa na área
A Band TV vai colocar mais pimenta no molho da disputa pelo governo do Paraná. A emissora contratou pesquisa junto à Vox Opinião Pesquisa e Projetos Ltda sobre a disputa pelo Palácio das Araucárias e pela presidência da República. Foram ouvidos 700 eleitores, em todo o Estado, entre os dias 14 e 17 de janeiro. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 3,7 pontos porcentuais para mais ou para menos. Ainda não está definida a data de divulgação dos números. A pesquisa foi registrada na última segunda-feira no TSE sob o protocolo 871/2010.

Traição
Dirigente tucano, que prefere não se identificar, acredita que seria mais fácil o PSDB ser “traído” pelo PDT do senador Osmar Dias do que pelo PSB do vice-prefeito Luciano Ducci. Para disputar o governo do Estado, o prefeito Beto Richa (PSDB) terá que se desincompatibilizar até o dia 3 de abril, entregando quase três anos de mandato nas mãos de Ducci. “O PDT está mais próximo do governo Lula que o PSB. É só ver o cargo ocupado pelo Lupi”, declarou, em referência ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT).

Confissão
A reativação — forçada e às pressas — do presídio do Ahu, para acomodar os presos por conta da destruição provocada na rebelião da Penitenciária Central do Estado (PCE), representa na prática uma confissão da incapacidade do governo Requião em resolver os problemas do sistema carcerário do Estado. Problemas que são agravados pela atitude do governador, que, ao invés de agir como mediador de conflitos, prefere alimentá-los por pura vaidade pessoal. E pela insistência de manter em cargos de comando na segurança pessoas que sabidamente não demonstraram qualquer capacidade de enfrentar os problemas que se apresentam e se agravam a cada dia.

Tempo
Com a arrogância e a soberba que lhes características dos populistas demagogos, Requião esbravejava há exatamente um ano que “nosso sistema penitenciário é o melhor do Brasil”. Dizia que o governo construiu um número considerável de penitenciárias e que em breve isso permitiria acabar com a superlotação em distritos policiais. O tempo passou e a realidade, mais uma vez, desmentiu o peemedebista. Para não dar o braço a torcer, ele achou um novo bode expiatório: os agentes carcerários. Assim age Requião: ao invés de se preocupar em resolver o problema, está mais interessado em arranjar terceiros para culpar pela própria incapacidade.

Contraste
Enquanto o Paraná patina, outros estados conquistam resultados expressivos na área de segurança. São Paulo, por exemplo, reduziu o índice de homicídios em 62%, de 28,3 por 100 mil para 10,7 por 100 mil entre 2003 e 2008. Já o Paraná viu Foz do Iguaçu aparecer como a cidade com o maior índice de homicídios de adolescentes no País. E a criminalidade em outros centros urbanos do Estado, como Curitiba e Região Metropolitana, e Londrina, continuam crescendo, deixando uma população assustada e acuada.

PARABÓLICA

Em alta
A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL fechou 2009 com crescimento de 56% no crédito total concedido. O volume de crédito oferecido a pessoas físicas, jurídicas e ao setor de habitação somou R$ 125 bilhões, superando, pela primeira vez,
a barreira dos R$ 100 bilhões.

Em baixa
Dados da pesquisa Juventude e Políticas Sociais no Brasil, divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que menos da metade dos JOVENS DE 15 A 17 ANOS está cursando o ensino médio, e apenas 13% dos jovens de 18 a 24 anos frequentavam o ensino superior.