A atitude do Ministério Público de se negar a divulgar os nomes dos parentes do governador e de seus secretários que ocupam cargos de confiança no Estado só confirma a impressão geral de que o MP estadual parece cada vez mais a serviço do atual governo do que do interesse da população. Nada justifica o sigilo – que aliás não tem respaldo judicial – a não ser proteger o governador candidato dos questionamentos da opinião pública durante a campanha eleitoral. Afinal, como o próprio MP esclarece na decisão, a publicidade sobre a relação de funcionários do Estado é um dever do governo, que é obrigado a divulgar os mesmos periodicamente no Diário Oficial. Lamentavelmente, porém, o comportamento do Ministério Público não surpreende. Em três anos e meio de governo Requião, não se tem notícia de sequer uma denúncia de irregularidade na administração estadual que tenha sido objeto de investigação com resultados concretos.
Caixa familiar
O senador e candidato do PDT ao governo, Osmar Dias criticou ontem o sigilo nas investigações sobre o nepotismo. Disse que é uma informação pública por se tratar de funcionários públicos com salários pagos pelos paranaenses. E afirmou ter informações de que apenas Requião e seus parentes diretos, representariam para o Estado, uma despesa de mais de R$ 115 mil por mês, o que significa, por ano, R$ 1,5 milhão (incluindo o 13º salário). “Em quatro anos, o Paraná terá pago, apenas em salários de Requião e familiares, quase R$ 6 milhões. Isso sem contar os outros vários parentes de outras pessoas que trabalham no governo.”
Discriminação
A coordenação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado denunciou ontem uma suposta campanha discriminatória contra o petista. Um adesivo apócrifo que faz referência à falta de um dedo na mão esquerda de Lula estaria sendo distribuído no centro de Curitiba. O ataque “preconceituoso”, segundo o PT, ocorre exatamente no Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. A coordenação jurídica da coligação já apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) um pedido de busca e apreensão do adesivo.
Privilégio
A deputada federal e candidata à reeleição Dra. Clair está tiririca com a direção estadual do PT. Ela recorreu à Justiça porque o partido se recusou a fornecer as planilhas com o relatório detalhado das inserções de cada candidato da legenda na propaganda eleitoral. Clair acusa a cúpula petista de privilegiar determinados candidatos. Em um levantamento informal, diz ter constatado que entre 15 de agosto e 4 de setembro, teve 8 inserções a menos que os candidatos Ângelo Vanhoni e Dr Rosinha. Quer que a Justiça obrigue a dar o mesmo espaço a ela.
Guerra total
O deputado federal e candidato à reeleição Abelardo Lupion (PFL) disse ontem que se dedicará, no próximo mandato, à tarefa de “destruir” o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e outras entidades que, segundo ele, agem à margem da lei. Desde segunda-feira, cerca de 300 integrantes da Via Campesina, formada por várias entidades que têm a reforma agrária como lema, estão acampados às margens da BR-153, a quatro quilômetros da entrada da Fazenda Santa Rita, em Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, que pertence ao deputado “Já fiz o possível, agora farei o impossível”, afirmou.
Em baixa
A Justiça Eleitoral negou, nesta semana, três pedidos de direito de resposta de Requião, que reclamava de propagandas veiculadas no horário eleitoral da coligação Paraná da Verdade que falavam sobre a ligação do candidato à reeleição com o policialDélcio Razera.
Em alta
No Dia Sem carro, a EQUIPE DE 14 SECRETÁRIOS DO PREFEITO BETO RICHA dão exemplo. Eles vão trabalhar de ônibus, a pé ou bicicleta. A primeira-dama Fernanda Richa também vai cumprir sua agenda usando transportes alternativos.