Reprise

Josianne Ritz com a colaboração dos editores do Jornal do Estado

O mais novo delírio do governador Roberto Requião (PMDB) – criar uma empresa estatal para disputar as novas concessões do pedágio – terá o mesmo destino que os desatinos anteriores do peemedebista em sua infrutífera guerra contra as concessionárias. Ou seja, o projeto será aprovado pela maioria “bovina” requianista da Assembléia Legislativa e dará em nada. Da mesma forma como aconteceu com as propostas de encampação e de intervenção do Estado nas concessionárias, igualmente aprovadas pelos deputados governistas na legislatura passada, e que não saíram do papel por inviabilidade técnica e jurídica.


Platéia
A verdade é que Requião perdeu a guerra contra o pedágio, que continua aí, não abaixou e nem acabou como ele prometeu na campanha de 2002. Seu governo foi derrotado em todas as ações judiciais contra as empresas que operam o serviço. Na tentativa de se justificar perante a opinião pública, volta e meia o governador lança uma nova idéia esdrúxula apenas para jogar para a platéia, mesmo sabendo que não há qualquer chance de sucesso.


Seu bolso
Na audiência de ontem, na Assembléia, diretores da Copel e da Secretaria dos Transportes admitiram não saber se o Estado terá lucro ou prejuízo, no caso improvável de vencer o leilão. E que em caso de prejuízo, o dinheiro sairá dos cofres públicos – ou seja – do bolso de todos os paranaenses.


Não me diga
O deputado Luiz Carlos Martins (PDT) chegou a impressionante conclusão durante a audiência pública de ontem. “Não tenho dúvidas de que o governo quer a nossa autorização para participar do leilão”.


Duas caras
O vice-líder da oposição, deputado Élio Rusch (DEM) não resistiu e disparou com ironia contra o representante do BRDE, Paulo Furiatti, que já foi prefeito da Lapa, na audiência sobre o pedágio de Requião. “O senhor quando foi prefeito implorou para que o pedágio fosse instalado lá”, lembrou.


Páraquedas
Bem informado e preparado para a audiência pública, o líder da bancada petista, deputado Elton Welter perguntou ao secretário de Estado dos Transportes, Rogério Tizzot. “Por acaso este leilão já tem data marcada?”. A pergunta arrancou gargalhadas na sala. O leilão está marcado para o próximo dia 9, na Bovespa, como é de conhecimento público e amplamente divulgado pela imprensa há semanas.


Ação popular (I)
A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região decidiu que a 5ª Vara Federal de Curitiba será responsável por julgar a ação popular contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que questiona a legalidade da campanha publicitária sobre as reformas da Previdência Social e Tributária veiculada em 2003.


Ação popular (II)
A ação popular foi movida pelo funcionário público de Brasília Ezequiel Sousa do Nascimento, que à época era presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis).



Em alta
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) afirmou ontem que é cedo para dizer que a oposição irá apresentar um relatório paralelo ao oficial da CPI do Apagão Aéreo, do deputado Marco Maia (PT-RS), mas não descartou a possibilidade de que um documento alternativo.


Em baixa
Criticada por ter nascido, exclusivamente, para atender às pressões do Paraguai, a chamada Medida Provisória (MP) dos Sacoleiros, retirada ontem do Congresso, não deixará saudades nem no empresariado brasileiro, nem entre os fiscais da Receita Federal.