Resistência

Josianne Ritz, com a colaboração dos editores do Jornal do Estado


O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) iniciou esta semana a coleta de assinaturas para reapresentar Proposta de Emenda Constitucional (PEC) proibindo a contratação de parentes em até terceiro grau de políticos e autoridades para cargos de confiança nos órgãos públicos do Estado. Ele precisa do apoio de no mínimo 18 dos 54 deputados para reapresentar a PEC, mas tem enfrentando resistências e má vontade entre os colegas, em especial os da base do governo Requião, que não estão muito interessados em comprar essa briga com o Palácio Iguaçu.


Gaveta
Veneri está reapresentado a proposta, porque a primeira, discutida no ano passado, chegou a ser aprovada em primeiro turno, mas foi rejeitada na segunda votação após manobra patrocinada pelo governo Requião. O governador chegou a apresentar uma PEC de sua autoria para minar o projeto do petista, alegando que ela seria mais abrangente por também atingir o chamado nepotismo cruzado. Depois que a PEC de Veneri foi rejeitada, retirou sua proposta e o então presidente da Assembléia, Hermas Brandão, seu aliado, engavetou o assunto. Para piorar, este ano, por não ser eleitoral, deixa os deputados menos preocupados com a opinião público e menos propensos a enfrentar polêmicas.


Tiro no pé
Deputados da própria base do governo Requião na Assembléia Legislativa consideram um tremendo “tiro no pé” o pedido de abertura de CPI para investigar o pagamento de R$ 10 milhões pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER) em 2002, à DM Construtora, pelas obras de duplicação da rodovia entre Curitiba e Garuva (SC), feito a partir das suspeitas levantadas pelo governador de que o dinheiro teria ido para a campanha de Beto Richa ao governo naquele ano. Alertam que o empresário Darci Fantin, apontado por Requião como fonte da história, já esteve em outra CPI da Casa, e nessa ocasião, teria sim relatado repasse de recursos para a campanha, mas do peemedebista.


Enquadrado
O juiz Humberto Gonçalves Brito, da 12ª Vara Civil, determinou na sexta-feira a busca e apreensão do panfleto que assessor especial do governo e presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, distribuiu atacando o prefeito Beto Richa. O juiz considerou o texto ofensivo à honra do prefeito. Um oficial de justiça e policiais fizeram a busca e apreensão na sede do partido e na gráfica responsável pela impressão.


“Está secretário”
O secretário de Estado de Segurança continua o seu dilema de escolher entre i cargo no governo ou a carreira de promotor. Na sexta-feira, dizia que “está secretário”.



Aceno
Em campanha para se manter no cargo, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer,  esteve em Curitiba na quinta-feira à noite. Na busca por votos contra a ala que tenta lançar o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, para substituí-lo, Temer prometeu aos peemedebistas paranaenses um cargo na Executiva nacional da legenda. Também voltou a falar que o PMDB deve lançar candidato próprio a presidente em 2010 e apontou o governador Requião como um nome potencial.


Histórico
A conversa de Temer, é claro, foi comemorada pelos requianistas. Pena que os antecedentes não sejam muito favoráveis. Nas últimas duas eleições presidenciais, o PMDB não lançou candidato a Presidência. E nas duas anteriores, lançou Ulisses Guimarães e Orestes Quércia, ambos devidamente “cristinanizados” e abandonados pelo partido, resultando em um desempenho pífio.


Em alta
A CRISE AÉREA vai bem. Segundo a Infraero, até às 17h de sexta-feira, dos 1.280 vôos programados em todos os aeroportos, 33% sofreram atrasos — 422 vôos atrasados. Para completar, Congonhas deve fechar para grandes aviões.


Em baixa
O governo federal só vai garantir a liberação de cerca de R$ 4 bilhões dos R$ 12,08 bilhões de emendas parlamentares (individuais e de bancadas) aprovadas para este ano. Ou seja, o ORÇAMENTO DA UNIÃO se mantém fictício, assim como a suas emendas aprovadas.