Sem diálogo

Josianne Ritz, com a colaboração dos editores do Jornal do Estado

Cobrado pelo líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) ontem, Stephanes Júnior acabou revelando um fato que era visível, mas que ninguém havia declarado publicamente. A liderança governista não discute qualquer projeto antes da votação. Simplesmente orienta os deputados a votarem como o Palácio Iguaçu quer, na hora da votação, no plenário. Não à toa, muitas vezes os parlamentares se atrapalham, e demonstram não saber sequer o que estão votando. “É um estilo diferente, na base do senta e levanta”, ironizou Stephanes.


Ordem unida
Romanelli admitiu que não há discussão prévia sobre as votações com a bancada. Mas deixou claro que isso não justifica dissidências, e que para o governo, “ordens” não se discutem, se cumprem. “Isso é uma desculpa esfarrapada. O parlamentar está em um partido da base do governo e tem que seguir a orientação da liderança”, alegou.


Efeito colateral
O deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB), defendeu ontem a adoção de uma política de “desperdício zero” pela Assembléia. Houve quem comentasse que se isso acontecer, talvez a Casa tenha que se livrar de alguns parlamentares, que tem produção, desempenho e presença zero nos trabalhos legislativos.


Locadora
Rossoni cobrou ontem mais explicações do presidente da Cohapar, Rafael Greca, sobre a locação de carros da Cotrans pela companhia. Apesar de ter elogiado a atitude de Greca, de repassar as informações aos deputados, alegou que elas são incompletas. Entre elas, cópia dos contratos firmados entre a Cohapar e a Cotrans; o número exato de carros locados; cópia da publicação desse contrato no Diário Oficial; valores envolvidos na transação; documentação relativa ao seguro desses veículos; uma relação detalhada sobre a sua destinação. Além do porque da contratação dos motoristas.


Seletivo
Aírton Pisseti – o secretário da Comunicação que quase nunca fala com a imprensa, principalmente a “não-alinhada” — saiu da toca na terça-feira, em matéria divulgada pela agência oficial, para dizer que está “tranquilo” em relação a investigação. E alegou que no ano passado, o governo gastou somente pouco mais de R$ 14 milhões em publicidade. “Esqueceu” as verbas da chamada administração indireta e empresas de economia mista – como Detran, Sanepar, e Copel – que elevam a conta para mais de R$ 50 milhões, como aliás atesta o relatório do Tribunal de Contas.


Pedágio
Acordo entre as partes envolvidas foi o resultado da audiência preliminar de ação penal privada, que ocorreu ontem, no 2º Juizado Especial Criminal de Curitiba, na qual João Chiminazzo Neto, presidente da regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR/PR) acusa Acir Mezzadri, do Movimento dos Usuários de Rodovias do Brasil (MURB), de agressão verbal. Após discussão durante audiência pública para novas concessões de pedágios nas rodovias federais, no ano passado, Chiminazzo foi agredido por Mezzadri, que no acordo realizado hoje, teria se comprometido a não ter mais esse tipo de atitude.


Na berlinda
Mezzadri, ex-conselheiro da Copel indicado por Requião e ex-deputado estadual, também está sendo investigado pela Polícia Federal em inquérito instaurado sobre a possível participação de membros do governo do Estado e do próprio governador na invasão de praças de pedágio.


Em baixa
O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, foi designado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para compor o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT).


Em alta
Com a adesão de Beatriz Alves Lucindo aumentou para quatro o número de servidoras da saúde em greve de fome. O protesto teve início às 15 horas de 29 de maio, na Assembléia Legislativa do Paraná, para denunciar os descontos salariais praticados pelo governo.